
O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Depois de anunciar o desmanche do diretório estadual do PTB para que o órgão fosse entregue a uma comissão provisória formada por seguidores do presidente Jair Bolsonaro, o presidente nacional do partido, Roberto Jefferson, desistiu da ideia. O ex-deputado também voltou atrás e vai permitir – pelo menos no Rio Grande do Sul – as coligações com PSDB, DEM e siglas de esquerda, que ele mesmo havia vetado.
A decisão de Jefferson tranquiliza candidatos e dirigentes do PTB no Estado, já que, em muitas cidades, os petebistas mantêm parcerias com tucanos e democratas. Em outras, formam alianças com partidos de centro-esquerda, como PDT e PSB, e até mesmo com o PT. Em quatro dos cinco maiores colégios eleitorais do Estado, por exemplo, as coligações antes vetadas pelo ex-deputado estão encaminhadas.
De acordo com o presidente do partido no Rio Grande do Sul e prefeito de Canoas, Luiz Carlos Busato, Jefferson aceitou conceder um “tratamento diferenciado” ao diretório gaúcho, já que o partido governa o Estado junto com o PSDB.
Ao revelar o veto, em vídeo gravado ao lado de um blogueiro bolsonarista, Jefferson ensaiou um contraponto aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, ambos do DEM, e ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), vistos como adversários por apoiadores da ala ideológica do governo de Jair Bolsonaro, do qual Jefferson tornou-se aliado de primeira hora.
— Ficou estabelecido que, nos municípios em que haverá essas coligações, os diretórios mandam uma solicitação para a executiva estadual e nós decidimos por aqui. O Roberto será comunicado, mas deixará a decisão conosco — explicou Busato.
A renúncia coletiva dos membros do diretório estadual, anunciada pelo líder máximo do PTB em agosto, também não ocorrerá. Na ocasião, Jefferson comunicou, em tom de agradecimento pelo gesto, que os integrantes do diretório gaúcho renunciariam aos cargos no órgão partidário, que passaria às mãos de uma comissão provisória, a ser conduzida por aliados de Bolsonaro. A intenção seria abrigar os bolsonaristas, muitos deles saídos ou em rixa com a direção do PSL, legenda pela qual Bolsonaro se elegeu em 2018.
O único movimento que deve ocorrer no PTB local é a saída de Busato do comando da sigla. Depois de sete anos como presidente do diretório gaúcho, ele entregará o posto ao deputado Luís Augusto Lara, primeiro vice-presidente, para se dedicar à campanha à reeleição. A mudança deve ocorrer até o dia 16 de setembro, data da convenção do PTB em Canoas.
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