Desde a primeira quinzena de junho não se via o mapa do Rio Grande do Sul sem as manchas vermelhas indicadoras de alto risco para coronavírus no modelo de distanciamento controlado. Não se trata de um simples exercício de colorir, como dizem os críticos do governador Eduardo Leite. A cor laranja é a tradução de um conjunto de indicadores que mostram o que já vinha sendo percebido com a queda na ocupação dos leitos de UTI: a situação começou a melhorar no Estado de um modo geral.
O ideal seria que o Estado já estivesse em amarelo, mas a história do comportamento da pandemia mostra que o processo de descida depois de chegar ao pico da montanha é gradual.
Neste momento, laranja é a nova cor da esperança de que o pior da tempestade já tenha passado e que o Rio Grande do Sul chegue ao fim do trajeto com números que devem ser comemorados, como um dos mais baixos índices de mortes do país. São 40 por 100 mil habitantes, enquanto a média brasileira é de 66 e em Roraima, o pior de todos os Estados, chega a 113.
A notícia é tão animadora que o governador Eduardo Leite resolveu apresentar pessoalmente o mapa, que ultimamente vinha sendo divulgado sem cerimônia pela assessoria de Comunicação do Palácio Piratini.
Leite celebrou a evolução dos números, mas pediu cautela à população e aos agentes econômicos, lembrando que para que a evolução continue positiva é preciso continuar respeitando os protocolos sanitários e evitar aglomerações.
O governador destacou outro dado a ser comemorado pelos gaúchos: o Rio Grande do Sul é o Estado com menor percentual de aumento do número total de mortes em comparação com 2019. Isso significa que, embora tenham morrido 4,5 mil pessoas de coronavírus, caíram os óbitos por outras causas, como homicídios e acidentes de trânsito. E, como não houve colapso na rede hospitalar, ninguém morreu de covid-19 ou de outras doenças por falta de leito.
O fato de o mapa ter ficado laranja nesta semana, o que permite aos municípios que optaram pelo sistema de co-gestão afrouxar as restrições e adotar protocolos previstos para a bandeira amarela, não é garantia de que na próxima semana o quadro vai se manter assim ou melhorar. Se houver aumento da demanda por leitos de UTI, para além da capacidade ofertada, o Estado voltará a impor restrições.
Como os leitos de UTI estão entre os indicadores mais importantes para a definição das bandeiras é preciso lembrar que parte do resultado positivo não se deve à redução do número de casos, mas ao aumento da oferta de leitos, que cresceu 102% na rede pública em seis meses.
Experimente um jeito mais prático de se informar: tenha o aplicativo GaúchaZH no seu celular. Com ele, você vai ter acesso rápido a todos os nossos conteúdos sempre que quiser. É simples e super intuitivo, do jeito que você gosta.
Baixe grátis na loja de aplicativos do seu aparelho: App Store para modelos iOS e Google Play para modelos Android.