Às vésperas do encerramento do prazo para as convenções, a eleição em Porto Alegre se encaminha para ser uma das mais competitivas de todos os tempos. São, até agora, 13 candidatos. Dessa longa lista, apenas Montserrat Martins (PV), Júlio Flores (PSTU) e Carmen Flores (PSC) nunca foram eleitos para cargos públicos. Embora só tenha sido candidato como companheiro de chapa de Nelson Marchezan, em 2016, Gustavo Paim (PP) é o atual vice-prefeito.
Dos maiores partidos com representação na Câmara e na Assembleia, apenas PT e DEM não encabeçam chapas, mas indicaram o vice de candidatos mais competitivos. Miguel Rossetto será vice de Manuela D’Ávila (PCdoB) e Ricardo Gomes (DEM) o companheiro de chapa de Sebastião Melo (MDB).
Poucas vezes a Capital teve uma eleição com tantos candidatos experientes nas urnas. Além do prefeito, ex-deputado federal e candidato à reeleição, seu antecessor, José Fortunati, concorre pelo PTB. Fortunati também já foi deputado estadual, federal e vereador.
Há três deputados estaduais na lista de concorrentes em Porto Alegre: Melo, Juliana Brizola (PDT) e Rodrigo Maroni (Pros). Os três já exerceram mandato de vereador.
Fernanda Melchionna (PSOL) é deputado federal e já foi vereadora. Manuela e João Derly (Republicanos) estão sem mandato, mas já foram deputados federais e vereadores. Ela foi também deputada estadual, candidata a prefeita e a vice-presidente da República. Valter Nagelstein (PSD) é vereador e já concorreu a prefeito.
O que explica tantos candidatos disputando a eleição na Capital, em um ano marcado por dificuldades para se apresentar aos eleitores? A primeira explicação é a necessidade de dar visibilidade ao número do partido para ajudar os candidatos a vereador, já as coligações na eleição para a Câmara estão proibidas e cada partido só poderá contar com suas próprias forças. A segunda é a falta de favoritos, que leva os concorrentes a imaginarem que poderão ser a chegar ao segundo turno e virar a opção dos eleitores dos candidatos do mesmo campo ideológico que ficarem pelo caminho.
Há um terceiro fator para explicar tanto interesse pela eleição: a incerteza em relação ao futuro de Marchezan, que enfrenta um processo de impeachment na Câmara. Em condições normais de temperatura e pressão, quem está no cargo é favorito, mas Marchezan corre o risco de ficar inelegível se o impeachment for votado antes da eleição, hipótese hoje considerada remota.
MDB conquista o PRTB
O vacilo do PP, que ficou pouco menos de 24 horas sem candidato, abriu caminho para que o MDB aproveitasse o vácuo e conquistasse o PRTB para a aliança de Sebastião Melo, deixando Gustavo Paim com apenas um aliado, o Avante.
A articulação do ex-secretário Cezar Schirmer foi decisiva.
Procura-se um vice para Fortunati
Se o PTB tiver segurança jurídica de que não há problemas com a filiação de André Cecchini ao Patriota, o médico será confirmado hoje como vice de José Fortunati. Cecchini garante que se filou em tempo hábil para concorrer, mas o partido demorou para encaminhar os documentos à Justiça Eleitoral.