Por unanimidade, a Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa aprovou o parecer favorável do deputado Frederico Antunes (PP) à indicação da ex-secretária de Planejamento Leany Lemos para a direção do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Leany foi sabatinada em sessão virtual, com cada um dos integrantes da comissão fazendo os questionamentos em modo remoto.
A indicação terá agora que ser referendada pelo plenário da Assembleia e passar no crivo do Banco Central. Pelo rodízio estabelecido entre os três Estados do Sul, que são os donos do BRDE, a presidência no próximo período será do Rio Grande do Sul. Pela primeira vez na história, o BRDE será comandado por uma mulher.
Elogiada pelos parlamentares, Leany considerou as perguntas pertinentes e disse que a sabatina foi muito tranquila. Os deputados se focaram no futuro do banco e na atuação na pandemia.
Ao abordar os desafios para ampliar a oferta de novas linhas de financiamento, ela elencou a necessidade do banco buscar novas fontes de recursos em fundos nacionais e também junto a instituições financeiras internacionais.
— A diversificação do funding é algo que já em curso no BRDE e deve ser amplificada. O BRDE terá um papel importante na maior disponibilidade de crédito no pós-pandemia para que a economia retome sua normalidade — disse.
A futura presidente destacou que hoje a maior parte dos recursos que a instituição empresta vem do BNDES. São R$ 1,65 bilhão dos R$ 2,75 bilhões previstos para contratação em 2020.
— Será importante ampliar a nossa carteira. Outras instituições de fomento buscaram recursos inclusive através da emissão de letras de câmbio — exemplificou.
Além da maior oferta de crédito e de novas linhas de financiamento, Leany defendeu a diversificação na oferta de linhas de crédito e maior proximidade com os clientes, inclusive ampliando a oferta a municípios.
— Uma ideia é criar linhas de crédito sob medida para determinados públicos, como as micro e pequenas empresas e os jovens. O RS tem um fluxo migratório negativo, mas reter os jovens talentos aqui por vezes depende de apoio a novos projetos — sustentou.
Leany destacou também a preocupação em ampliar as operações junto às prefeituras, que atualmente representam menos de 2% dos financiamentos, em projetos de infraestrutura:
— Viabilizar maiores investimentos em projetos de infraestrutura e saneamento significa reduzir custos da produção no setor privado.
Com R$ 16,8 bilhões em ativos, o BRDE tem a 16ª maior carteira de operações do país, somando mais de R$ 13,5 bilhões.
— É um banco muito sólido, com uma das menores taxas de inadimplência mesmo entre instituições públicas — comentou Leany.