
Ao acatar recursos dos prefeitos das três regiões que escaparam da bandeira vermelha (Caxias do Sul, Palmeira das Missões e Erechim), o governador Eduardo Leite admitiu que “tem de haver uma análise de contexto” e que há boa dose de subjetividade na classificação das regiões, e não apenas cálculos matemáticos com os indicadores de contágio por coronavírus e de leitos ocupados.
O risco da flexibilização é desacreditar o modelo de distanciamento controlado, que segundo Leite, se baseia nos dados e na ciência.
Questionado pelo repórter Gabriel Jacobsen na entrevista coletiva online, Leite deu uma longa explicação para justificar por que o comitê de crise aceitou os argumentos dos prefeitos, mesmo não havendo mudança substanciais nos dados sobre leitos, internações e casos confirmados, que alimentaram o sistema na quinta-feira:
– Estamos falando de algo muito grave, que é fechar estabelecimentos, suspender serviços e, eventualmente, provocar dificuldades na vida das pessoas em termos de renda e emprego. Por isso, não pode ser uma fórmula matemática aplicada indiscriminadamente. Tem de haver uma análise de contexto e, em última instância, uma visão que acaba sendo subjetiva, mas ao máximo respaldada pelos dados, pela ciência, pela informação, adotando restrições que nos ajudam a controlar o contágio de coronavírus em lugares onde se impõe verdadeiramente o risco.