Se na reunião marcada para esta quarta-feira (8) persistir o impasse entre o Cpers e o governo do Estado, é possível que a Justiça tenha de decidir sobre o corte do ponto nos dias de greve e a recuperação das aulas.
O governo propôs que os professores descontassem das férias os dias que serão usados para recuperar as aulas, mas a presidente do Cpers, Helenir Schürer, disse que essa hipótese está fora do radar do sindicato:
— A lei nos dá o direito à greve e não vamos abrir mãos das férias. Nossa proposta é recuperar as aulas em janeiro, tirar férias em fevereiro e iniciar o ano letivo de 2020 em março.
O impasse com os professores deverá ser discutido pelos deputados aliados com o governador Eduardo Leite, às 9h.
— Houve avanço. Todos queremos resolver essa pendência. Falta só ajustar como será feita a recuperação das aulas e o pagamento – disse o líder do governo, Frederico Antunes, que às 10h30min coordenará reunião com os deputados da base.
Corte de ponto
Apesar da decisão judicial que impede o corte de ponto dos servidores ligados ao Sindicato dos Técnicos-Científicos do RS (Sintergs), o governo do Estado descontou da folha de pagamento de dezembro os dias em que houve paralisação contra o pacote que tramita na Assembleia. O Sintergs representa cerca de 4,7 mil servidores de nível superior do Estado.
De acordo com o presidente da entidade, Antônio Augusto Medeiros, funcionários das secretarias do Planejamento, da Saúde e da Cultura tiveram o ponto cortado. Com isso, o sindicato enviou notificação ao Tribunal de Justiça na segunda-feira.
A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) informou que o corte de ponto ocorreu porque a liminar foi concedida depois do fechamento da folha de dezembro. Conforme a PGE, os valores serão corrigidos na folha do mês de janeiro, em função da decisão judicial.