Depois do desgaste provocado pela divulgação de um vídeo obsceno em seu perfil no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro acatou a sugestão dos aliados e dedicou a quinta-feira ao tema que deverá ser o foco do governo neste semestre: a reforma da Previdência. Nas redes sociais, justificou a necessidade da reforma usando argumentos fornecidos pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Um texto com estilo diferente do que costuma usar em suas manifestações nas redes sociais foi fatiado e publicados em dois pedaços:
1. “Os avanços que o Brasil precisa dependem da aprovação da nova Previdência. É a partir dela que o país terá condições de estabilizar as contas, potencializar investimentos, viabilizar uma rígida reforma tributária e enxugar ainda mais a máquina pública, reduzindo nossas estatais”.
2. “Foi pensando na importância disso que nosso time econômico elaborou um modelo de previdência que segue os padrões mundiais, que combate privilégios como aposentadoria especial para políticos, que cobra menos dos mais pobres, e que incluirá todos, inclusive militares. Seguimos!”.
No fim da tarde, Bolsonaro inaugurou a conversa semanal pelo Facebook, que deverá ocorrer todas as quintas-feiras, às 18h30min. Sentado entre os generais Rêgo Barros e Augusto Heleno, mostrou a cartilha que explica a reforma da Previdência, defendeu a proposta e passou para outros temas.
Para não dizer que o dia terminou sem deslizes é preciso registrar o “ato falho” cometido no breve discurso para o Corpo de Fuzileiros Navais, no Rio. Depois de pedir sacrifícios aos militares na reforma da Previdência, e de garantir que as especificidades das Forças Armadas serão respeitadas, afirmou:
– O que que o presidente quis dizer? Está sendo mal interpretado. O presidente falou que onde as Forças Armadas não estão comprometidas com democracia e liberdade, esses valores morrem.
É o que acontece na Venezuela.
Na transmissão pelo Facebook, Augusto Heleno reforçou essa interpretação, disse que Nicolás Maduro só se mantém na presidência porque tem o apoio das Forças Armadas e acusou a imprensa de distorcer as palavras do presidente.
Aliás
Se continuar no palanque, gastando tempo com questões menores nas redes sociais, Jair Bolsonaro corre o risco de se transformar no Jânio Quadros da Era Digital. Passado o Carnaval, é hora de virar a página e dar prioridade às reformas.