Insatisfeito por não conseguir declarar abertamente apoio a Jair Bolsonaro no Rio Grande do Sul, o candidato do PP ao Senado, Luis Carlos Heinze, não escondeu sua admiração pelo colega nem a campanha informal que faz por ele.
Na Expointer, durante palestra para produtores rurais na sede da Farsul, sentou-se à mesa com Carmen Flores, Onyx Lorenzoni e o próprio Bolsonaro, maior rival do tucano Geraldo Alckmin, a quem o PP apoia formalmente e integra a chapa com Ana Amélia Lemos como candidata a vice.
Heinze não discursou no encontro, que era fechado à imprensa. Ao final, quando fotógrafos e repórteres conseguiram entrar na sala, Bolsonaro abraçou Heinze e o elogiou publicamente. Outras pessoas da plateia também gritavam o nome do deputado do PP.
Durante encontro com políticos e empresários da Revista Voto, em Porto Alegre, Bolsonaro disse em coletiva de imprensa que não se preocupa com a possibilidade de Ana Amélia tirar votos do agronegócio:
— Certa vez eu desci a bordona na Dilma Rousseff e ela lá no Senado e desceu a bordona em mim, apoiando a Dilma Rousseff. Faz parte da regra do jogo, eu não tenho essa preocupação (de perder votos para Ana Amélia) não. Sempre tratei ela com muito respeito, ela foi agora lá para o Centrão e no meu entender se desgastou. E esse Centrão, esses partidos, a cúpula desses partidos têm problemas seríssimos tocante à corrupção e parece que ela perdeu muito no Rio Grande do Sul também. Parece que ela foi na contramão de tudo que pregou durante sua vida toda.
O candidato também falou que nada mudou na relação com Heinze:
– Me dou bem com Heinze. Por pressão partidária, ele cedeu. Eu continuo a minha amizade, a mesma amizade com o Heinze.
Como o PSL só tem Carmen Flores como candidata ao Senado, Heinze está de olho no segundo voto dos eleitores de Bolsonaro.
O deputado do PP não acompanhou Alckmin na visita à Farsul, mas incorporou-se à comitiva no final da tarde de terça-feira e participou do encontro dos candidatos da aliança no Canoas Parque Hotel.