Sem titubear, o presidente do Tribunal Federal da 4ª Região (TRF4), Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, garante: a situação legal do ex-presidente Lula estará definida antes da eleição de 2018. A convicção do desembargador é de que a 8ª Turma do TRF4, responsável por julgar o recurso de Lula contra a condenação imposta pelo juiz Sergio Moro, dará seu veredicto até o registro das candidaturas.
De onde vem essa certeza? Thompson Flores disse a ZH que conhece bem os colegas que vão julgar o primeiro recurso de Lula:
– A 8ª Turma do TRF4 é composta por juízes discretos, estudiosos, preparados e imparciais. Posso garantir que a decisão, condenatória ou absolutória, sairá no tempo hábil tanto para ele quanto para os eleitores.
O desembargador entende que Lula e o PT deveriam ser os maiores interessados em que o recurso seja julgado antes da campanha eleitoral. Para os eleitores também é importante que a decisão seja conhecida até o registro da candidatura, para saber exatamente qual é a situação legal de Lula.
A sentença de Moro não impede o ex-presidente de ser candidato. Pela lei da Ficha Limpa, Lula só se tornará inelegível se o TRF4 confirmar a condenação, ainda que venha a alterar a pena de nove anos e meio de prisão.
Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Thompson Flores disse que a sentença de Moro é "tecnicamente irrepreensível, fez exame minucioso e irretocável da prova dos autos e vai entrar para a história do Brasil". O desembargador opina como presidente da instituição e observador da cena jurídica. O julgamento não passa por ele.
Aos petistas, Lula tem repetido que o processo é político e que o objetivo é impedi-lo de concorrer. Nos últimos dias, passou a trabalhar com a hipótese de a condenação ser mantida e a dizer que, se não puder ser candidato, será cabo eleitoral:
– Eu posso ser um bom candidato a presidente da República se for candidato. Eu posso ser um grande cabo eleitoral se não me deixarem ser candidato. E se morrer como mártir, eu serei um grande cabo eleitoral – disse Lula, em conversa com o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), no Facebook.