Com um pé fora do governo de José Ivo Sartori, o PDT marcou para 10 de abril a reunião do diretório estadual que decidirá seu futuro. A tendência, expressa ontem na discussão dos líderes estaduais com o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, é pela entrega dos cargos. O PDT quer se descolar da desgastada imagem de Sartori e apostar na candidatura de Jairo Jorge ao Piratini em 2018.
Sem o PDT, que nas últimas votações já se dividiu na Assembleia, aumentam as dificuldades de Sartori para aprovar projetos polêmicos, caso do fim da exigência de plebiscito para privatizar a CEEE, a Sulgás e a CRM, que precisa de maioria qualificada, por se tratar de emenda à Constituição. O movimento pela saída do governo começou em 2016, mas os líderes adiaram a decisão, temendo ficar com a imagem de ratos que abandonam o navio em meio à tempestade.
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De lá para cá, a situação do Estado não melhorou, mas o partido encorpou a lista de reclamações contra o governo. Da falta de participação nas decisões à oferta de cargos de pouca relevância pelo Piratini, as queixas se avolumam. Os deputados Enio Bacci e Juliana Brizola adotaram um tom explícito de oposição.
Um episódio recente ilustra o descompasso nas relações. Na terça-feira, o Diário Oficial publicou a nomeação de Flávio Lammel como diretor administrativo da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS). Hoje, Lammel disse que não foi consultado sobre a nomeação e que não assumirá o cargo. Suplente, ele quer ser deputado ou coordenador da bancada na Assembleia.