Para entregar uma intimação ao governador José Ivo Sartori, um oficial de Justiça interrompeu a solenidade de acendimento da Chama Crioula que ocorria na manhã desta quarta-feira no Palácio Piratini. A situação constrangeu as autoridades que participavam do evento e o próprio Sartori, que saiu do local sem assinar qualquer documento ou receber o oficial Alcides Mércio Vicente.
O teor da intimação não foi informado. Em nota oficial divulgada nesta tarde, o governo do Estado afirmou que a atitude do oficial de Justiça "extrapola o cumprimento das funções jurídicas, que sempre são exercidas com serenidade e respeito por todos os oficiais". Segundo o comunicado, o representante do Judiciário deve entregar as intimações na Casa Civil, que as direcionam para o governador.
No dia 8 de agosto, o mesmo oficial foi até o Palácio Piratini para notificar o governo do Estado de uma decisão judicial, mas recebeu a informação da assessoria de que Sartori não estava no local. No entanto, no mesmo horário, havia uma cerimônia do governador com o embaixador do Sri Lanka no gabinete. Não convencido sobre a resposta dada pela assessoria, Vicente tentou entrar na sala para entregar a notificação, mas foi impedido pelos seguranças.
Leia a nota completa do Piratini sobre episódio desta quarta:
"Sobre a atuação do oficial de Justiça que interrompeu a solenidade de Acendimento da Chama Crioula na manhã desta quarta-feira (14), no Palácio Piratini, o governo do Estado do Rio Grande do Sul reitera que é prática que as intimações judiciais direcionadas ao governador sejam inicialmente recebidas pela Casa Civil, por meio de sua Assessoria Jurídica, que adotará os procedimentos para assinatura pelo chefe do Executivo. Caso contrário, o Piratini ficaria impedido de administrar a agenda do governador.
O oficial de Justiça deve cumprir seu trabalho sem gerar tumulto no cotidiano do intimado, quanto mais do governador do Estado. Este oficial, além de contrariar essa prática, tentou, em ocasião anterior, ingressar diretamente no gabinete, onde o embaixador do Sri Lanka estava sendo recepcionado, em uma clara exorbitância.
Nesta quarta-feira, o comportamento se repetiu, desta vez interrompendo uma solenidade oficial, constrangendo governador, autoridades, representantes do Movimento Tradicionalista Gaúcho e imprensa. A motivação de tal atitude extrapola o cumprimento das funções jurídicas, que sempre são exercidas com serenidade e respeito por todos os oficiais. O Piratini reforça que o governador assinou todas as intimações que recebeu até o presente momento.
Governo do Estado do Rio Grande do Sul"