Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, o governador José Ivo Sartori falou sobre a pesquisa de avaliação de sua gestão, contratada pelo Grupo RBS e realizada pelo Ibope na segunda-feira. Segundo o levantamento, 55% dos porto-alegrenses entrevistados dizem que o governo está sendo ruim ou péssimo e 31% avaliam como regular.
– Nunca me preocupei com pesquisa – disse Sartori aos jornalistas.
Para ele, a avaliação negativa da administração tem a ver com o trabalho de reequilíbrio das contas e a péssima condição financeira do Estado. A ideia da atual gestão, segundo o governador, é deixar um legado positivo para as finanças públicas.
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– A minha preocupação pessoal é com aquilo que precisa ser feito. Como sempre digo, plantar a semente da transformação para que ninguém mais precise passar pela situação que nós estamos passando. Plantar isso significa hoje ter clareza que amanhã esse processo tem de ter continuidade. O equilíbrio financeiro não é uma agenda negativa, é uma agenda positiva. Eu não vou me preocupar se eu estou bem na parada – explicou ele, ao lado de seis secretários.
Sartori citou as medidas tomadas e as em andamento do seu governo, como o enxugamento do número de secretarias em relação à gestão anterior, o contingenciamento de cargos de confiança e a aprovação da previdência complementar para novos servidores públicos, um dos maiores legados da atual gestão, avaliam secretários de Estado.
– Pesquisa é pesquisa. Vamos continuar olhando para a frente. Uma grande parte da sociedade tem consciência da realidade financeira do Estado – concluiu José Ivo Sartori.
No levantamento feito pelo Ibope, 12% avaliaram a gestão estadual como boa e ótima.
Na entrevista convocada pela equipe do Piratini, além do governador, estavam os secretários Giovani Feltes, da Fazenda, Fábio Branco, do Desenvolvimento, Carlos Búrigo, da Secretaria de Governo, Cleber Benvegnú, da Comunicação, Marcio Biolchi, da Casa Civil e Wantuir Jacini, da Segurança.
Feltes atualizou as informações sobre os pedido de ressarcimento à União de investimentos feitos em rodovias federais na época do governo Simon. O secretário reafirmou que um grupo de trabalho na Fazenda está avaliando se o Estado tem ou não tem direito ao ressarcimento, já que na gestão de Olívio Dutra uma verba foi destinada para quitação do débito.
Na avaliação de Feltes, o valor dado na época não é o total, mas apenas uma parte do dinheiro devido. O valor atualizado, segundo a Secretaria da Fazenda, chega a R$ 2 bilhões.
A ideia é usar o recurso para o pagamento do 13º salário do funcionalismo, que pode chegar a R$ 1,4 bilhão. Se o governo federal avaliar que o ressarcimento dos investimentos em rodovias já foi quitado, o Piratini terá de criar uma linha de crédito no Banrisul para que os servidores possam receber em forma de empréstimo o 13º salário, da mesma forma que ocorreu em 2015.
Sartori e o titular da pasta do Desenvolvimento, Fábio Branco, também falaram sobre os resultados da missão à Argentina na semana passada, em busca de dinheiro. A intenção do governo é colocar o Rio Grande do Sul na vitrine para investidores e fechar parcerias com os países do Mercosul e nações de outros continentes. Sartori anunciou ainda que o ministro da Agricultura da Argentina virá para a Expointer conversar com empreendedores agrícolas no fim deste mês.