A direção do Partido Progressista recusou a proposta de convocar convenção ou o diretório nacional para discutir a saída do governo e a posição em relação ao impeachment. Governista, o presidente Ciro Nogueira marcou apenas uma reunião com os deputados federais e senadores, para as 14h de hoje, mas foi obrigado a cancelar o encontro.
O presidente estadual do PP, Celso Bernardi, e os parlamentares contrários ao governo pressionaram pela suspensão da reunião porque queriam evitar que a decisão da bancada fosse “vendida” como posição oficial do partido. A ala gaúcha defende o impeachment e é contra a ocupação de cargos, mas boa parte dos diretórios no país está sob intervenção e não tem poder político. A divisão favorece a presidente Dilma Rousseff, que está oferecendo mais espaço ao PP.
Se nenhum fato novo surgir nos próximos dias, Dilma contará com o apoio do PP do Rio. O vice-governador Francisco Dornelles, que assumiu o comando com a doença do governador Luiz Fernando Pezão, precisa de apoio federal para governar. Na sexta-feira, Dilma vai almoçar com ele.
Favorável ao impeachment, a senadora Ana Amélia Lemos é realista:
– Não vou me iludir. Uma parte do PP vai ficar ao lado do governo.