O desembargador Luiz Felipe Silveira Difini foi eleito por colegas o novo presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS). Os 136 desembargadores que compõem o pleno do TJ participaram da votação, que ocorreu com a ajuda de urnas eletrônicas cedidas pela Justiça Eleitoral. Eleito com 95 votos, Difini disputava a administração com Guinther Spode, que recebeu 39 indicações. Houve também um voto nulo e outro computado para Bayard Ney de Freitas Barcellos.
O desembargador eleito afirmou que defenderá de forma "firme, mas serena" a autonomia financeira e orçamentária do Poder Judiciário. Além de defender a independência dos Poderes, Difini previu um cenário de recuperação financeira do Estado nos próximos anos.
– Quem é eleito para governar o Estado, seja o Governador, quem é eleito para fazer a legislação, seja a Assembleia Legislativa, tem que encontrar soluções. Nós devemos buscar soluções - afirmou.
O magistrado pretende dar atenção às demandas de massa e ampliação dos métodos autocompositivos.
– Pretendemos manter a gestão das demandas de massa, que têm tido um efeito positivo. A conciliação e a mediação são técnicas administrativas que podem evitar a solução jurisdicional dos conflitos – falou ele logo após a eleição.
O papel da imprensa também foi comentado por Luiz Felipe Silveira Difini:
– O Judiciário deve prestar contas à sociedade e a mídia é a forma de manter esse diálogo com os destinatários dos nossos serviços. Eles têm um papel indispensável. Antes se dizia que o Juiz só se manifestava através dos autos. Isso está superado. Devemos falar à população através dos meios de comunicação.
O atual presidente do TJ-RS, desembargador José Aquino Flôres de Camargo, transfere o cargo no dia 1º de fevereiro de 2016.
Junto com Difini, assumem, para o biênio 2016-2017, os desembargadores Carlos Eduardo Zietlow Duro como 1° vice-presidente, Maria Isabel de Azevedo Souza como 2ª vice-presidente, Paulo Roberto Lessa Franz como 3º vice-presidente e Iris Helena Medeiros Nogueira para a Corregedoria-Geral de justiça.
Troca de cartas
Durante a semana passada, os desembargadores candidatos à presidência do TJ, Luiz Felipe Silveira Difini e Guinther Spode, travaram um duelo de palavras, em cartas encaminhadas aos votantes.A dupla trocou uma série de observações sobre a vida profissional e privada de cada um.
Spode apontou dificuldades para o adversário comandar o TJ, já que é professor da UFRGS, com jornada de 40 horas semanais. Difini respondeu dizendo que o outro desembargador confunde "regime de trabalho com carga horária de aulas". Além disso, apontou que Spode, por residir em São Leopoldo, gastaria mais tempo em deslocamentos do que ele com as aulas na UFRGS.