O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
Semanas após fazer sucesso passeando pela praia de Copacabana durante o encontro do G20 no Rio de Janeiro, o presidente da França, Emmanuel Macron, enfrenta um revés político no seu segundo mandato. Deputados de esquerda e direita se uniram e destituíram o primeiro-ministro, Michel Barnier, com menos de 100 dias no cargo. O ex-negociador do Brexit torna-se o primeiro-ministro com menor tempo no cargo.
Ainda durante as eleições legislativas em julho deste ano, partidos de esquerda se aliaram a Macron para barrar o avanço da extrema direita do partido Reagrupamento Nacional (RN), de Marine Le Pen. Na mesma votação, a Nova Frente Popular (NFP) — ala de esquerda — obteve mais cadeiras do parlamento.
Como nenhum dos partidos obteve a maioria, o próprio presidente deveria escolher o primeiro-ministro. Apesar da pressão da esquerda e conversas com a direita, Macron escolheu Barnier, um centro-direitista.
A moção de censura é um mecanismo parlamentar francês para retirar um chefe de governo do poder caso não estejam satisfeitos com a gestão. O estopim foi a proposta de orçamento de 2025, que buscava a redução do gasto público e o aumento temporário de impostos.
Macron, que está na Arábia Saudita, afirmou que falará à população na noite de quinta-feira (5). O presidente francês deve ou negociar com os partidos majoritários ou indicar um outro nome.