O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
O RS hoje é o terceiro Estado com maior concentração de descendentes italianos e, muitos deles, buscam a sua cidadania. Para falar sobre isso e também sobre os principais entraves que hoje ocorrem no processo, a Associação dos Tradutores Públicos e Intérpretes Comerciais do Rio Grande do Sul (Astrajurs) recebeu, nesta sexta-feira (18) a oficial de registro civil italiano em Roma, Francesca Barbanti.
O evento abordou questões sobre o percurso e procedimentos, já que as certidões de Registro Civil são peças fundamentais para o reconhecimento da cidadania.
— É a segunda vez que sou convidada e esse encontro motiva para trabalhar juntos e para as pessoas. Serve para conhecer as especificidades dos registros e tentar mostrar o papel do nosso trabalho. Além de encontrar técnicas de facilidades para os requerentes conseguirem os documentos na Itália - disse.
Pela segunda vez no Brasil e primeira vez no Rio Grande do Sul, Francesca passou, antes de chegar em Porto Alegre, pelo Rio de Janeiro, São Paulo e conheceu os vinhedos de Bento Gonçalves, na serra gaúcha:
— Pude ver o desastre da enchente na região do Rio das Antas, mas, ao mesmo tempo, pude ver a riqueza do Estado e a força da população que conseguiu se adaptar e vigor diante dos desastres naturais. São pessoas fortes e empreendedoras.
O evento, que tinha como público alvo tradutores públicos, advogados, assessores, registradores, tabeliães e descendentes. Entre os assuntos abordados, a diferença entre naturalização e reconhecimento da nacionalidade originária. O primeiro é quem não nasce italiano jus sanguinis (de sangue), porém busca adquirir a nacionalidade por matrimônio, residência e outras formas de aquisição. Já o segundo, é todo descendente, que tem direito à fazer reconhecer a nacionalidade originária jus sanguinis.
— O Brasil entende que qualquer pessoa que nasce no solo do Brasil é brasileiro. Usa o princípio do jus solis (do território). O italiano é diferente. Ele pode nascer em qualquer lugar do mundo, mas por ser descendente, pode buscar a nacionalidade e ser reconhecido como tal tendo o seu nascimento transcrito nos cartórios de registro civil italianos — explicou Claudia Antonini, presidente da Astrajurs.
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