O debate entre os candidatos à prefeitura de Porto Alegre na manhã desta quarta-feira (25), na Rádio Gaúcha e em GZH, foi quente naquilo que tinha de ser: o duelo de propostas, no campo de ideias.
Mesmo quando ensaiaram-se momentos de maior tensão, com provocações em temas ideológicos - como democracia, direitos humanos - ou mesmo internacionais, como Hamas, Nicarágua e Venezuela, a discussão se deu no campo de projetos.
Não houve críticas pessoais nem de longe há sinais de baixaria vista em confrontos, infelizmente, no literal sentido da palavra, em São Paulo.
Um dos sintomas desse diagnóstico de civilidade no debate porto-alegrense é que não houve nenhum pedido de direito de resposta por parte das equipes ou dos candidatos.
Em relação ao primeiro encontro realizado pela Gaúcha e GZH, em 6 de agosto, houve três mudanças importantes no formato, que contribuíram para a fluidez do evento e maior dinamicidade: ao invés de quatro blocos, foram três, o que permitiu estender os temas e profundidade na abordagem dos assuntos.
A segunda alteração: dessa vez, os candidatos, ao fazerem perguntas entre si, podiam escolher o mesmo destinatário do questionamento. No anterior, se um dos postulantes fosse perguntado, ficava, automaticamente, eliminado de ser questionado pelos demais. Esse formato dificultou "dobradinhas" entre os postulantes para, por exemplo, atacar um determinado adversário.
A mudança fundamental de formato, entretanto, foi a terceira: a permissão para que os próprios candidatos gerissem o tempo no duelo frente a frente. Isso viabilizava diferentes estratégias: falar pouco e fazer assertivas curtas para guardar mais tempo para o final ou prolongar-se em assuntos de seu interesse. Esse foi o grande gol do novo formato.
Em relação ao primeiro debate, do dia 6, foi possível observar uma evolução em termos de preparação por parte dos concorrentes - aliás, uma das reclamações do público naquele duelo era justamente a falta de propostas com início, meio e fim. Passado um mês e meio, com início da campanha nas ruas e da propaganda em rádio e TV - além da divulgação das primeiras pesquisas -, os candidatos pegaram o pulso da população: compreenderam as principais preocupações, que vão bem além do sistema de proteção contra cheias da metrópole.
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