O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
Uma discussão que se tornará cada vez mais presente nos municípios afetados pela tragédia de maio de 2024 no Rio Grande do Sul será políticas públicas para prevenção e atenção imediata em casos de fortes chuvas e enchentes.
A coluna buscou os planos de governo dos candidatos à prefeitura da Capital em 2020.
Os documentos com as propostas de Manuela D'Ávila (PCdoB) e Juliana Brizola (PDT) citavam, nominalmente, medidas de atenção às estações de bombeamento. Já o plano de Fernanda Melchionna (PSOL) mencionava a implantação de uma rede de equipamentos meteorológicos para previsão de eventos extremos. Julio Flores (PSTU) apontava o tratamento público de todo o esgoto coletado nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) e a balneabilidade do Guaíba. Montserrat Martins (PV) pontuava a fiscalização de áreas de risco, principalmente de encosta e alagáveis, como Morro da Glória, Arroio Feijó, Arroio do Salso, Ilhas, Humaitá e Navegantes.
Todos os documentos foram protocolados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Veja abaixo o que diziam as propostas.
Sebastião Melo (MDB)
O plano de governo apresentado pelo atual prefeito e pré-candidato à reeleição afirmava que áreas ligadas ao meio ambiente são prioritárias e necessitam de investimentos e citava que a Capital "tem dívida de saneamento para com o cidadão". O documento constatava carências de saneamento básico, considerada, segundo o texto, "uma das áreas que as políticas devem ser encaradas como de Estado, e não de governo, e que devem ser priorizadas".
O plano afirmava que era necessário "retomar o zelo e recuperação com suas águas: lago Guaíba, arroios e córregos naturais por tratamento adequado de rejeitos, descartes, esgotos e recuperação das nascentes".
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Manuela D'Ávila (PCdoB)
Segunda colocada na eleição, Manuela D'Ávila (PCdoB) dividia propostas em: abastecimento de água; retomada da despoluição do Guaíba; despoluição do Arroio Dilúvio; e drenagem urbana e alagamentos.
No tema do abastecimento de água, citava o enfrentamento com as "intermitências no abastecimento" na região da Lomba do Pinheiro. Além de aumentar a capacidade de preservação nos Sistemas de Abastecimento de Água (SAAs) na Zonas Leste e Sul; promoção de melhorias na Estação de Bombeamento de Água Bruta (Ebab) de Belém Novo; reposição de equipes do DMAE; entre outras ações de combate ao desperdício de água e redução no consumo.
Entre as ações voltadas para a despoluição do Guaíba, as duas propostas conversavam com a obras particulares das ligações domiciliares de esgoto e que Dmae assumisse os custos para famílias de baixa renda.
Nas propostas para o Arroio Dilúvio, estavam o início da revitalização e a despoluição, retomando a articulação com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e também a implantação de usinas de energia solar no espelho da água da barragem da Lomba do Sabão, para financiar a despoluição do arroio.
Sobre enchentes os planos de Manuela se voltavam para retomar o planejamento, manutenção e a execução de obras de drenagem; resgate dos anteprojetos das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e prevenção e das Casas de Bombas; limpeza dos arroios e manutenção de diques; e para conter os alagamentos no Sarandi as propostas apontavam para a retomada dos projetos da Casa de Bomba 10; a manutenção do Arroio Passo das Pedras com serviços de dragagem; e buscar auxílio do governo do Estado e da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) para pensar soluções para o Arroio do Feijó.
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Nelson Marchezan (PSDB)
Candidato à reeleição na época, Nelson Marchezan (PSDB) apontava no seu plano que a agenda climática seria incorporada por meio de estratégias para a redução das emissões de gases de efeito estufa e a promoção do uso de energias limpas e melhoria da eficiência energética.
Na questão da drenagem urbana, citava a viabilização de uma solução sustentável para o setor de Drenagem Pluvial Urbana do município, mitigando problemas associados a cheias e inundações. Sobre abastecimento de água, prometia a ampliação da oferta de água para toda a cidade, com destaque para as zonas Sul, Leste e Nordeste.
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Juliana Brizola (PDT)
No plano de Juliana Brizola estava iniciativas pela preservação e recuperação de nascentes e arroios, bem como da barragem Lomba do Sabão no Parque Saint Hilaire; conclusão da obra da Estação de Tratamento de Água (ETA) Ponta do Arado; ampliação da ETA Menino Deus; e ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Sarandi.
Sobre alagamentos, o plano prometia a consolidação da Diretoria Especial de Águas Pluviais no Dmae, com a finalidade de implementação plena do Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais e a adequação ao Plano de Defesa de Porto Alegre contra as cheias.
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Fernanda Melchionna (PSOL)
Entre os planos de Fernanda Melchionna (PSOL) constava a elaboração de um plano de emergência contra desastres climáticos, com a implantação de uma rede de equipamentos meteorológicos para previsão de eventos extremos e da criação de um grupo multidisciplinar para elaborar programas de prevenção.
O plano também citava a recuperação dos rios, riachos e córregos das áreas urbanas, criando área pública de interação permanente em suas margens; recuperação dos rios, riachos e córregos das áreas urbanas; programas de redução, reuso e reciclagem; e "reverter o processo de sucateamento do DMLU".
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Gustavo Paim (PP)
No plano de governo de Gustavo Paim (PP) citava, entre outros pontos, implementar a realização de uma Parceria Público Privada do Saneamento em Porto Alegre.
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João Derly (Republicanos)
Nas propostas ligadas ao meio ambiente em seu plano de governo, João Derly (Republicanos) citava contratos com cooperativas de reciclagem para a coleta de resíduos sólidos; coleta de resíduos recicláveis; adequação ao novo Marco Legal do Saneamento Básico; correção de falta d'água em bairros.
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José Fortunati (PTB)
No eixo Desenvolvimento Urbano e Ambiental, o plano citava, entre outras medidas, a unificação, organização e gerenciamento das demandas dos servidores do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae).
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Julio Flores (PSTU)
Flores citava, em seu plano, a não privatização do Dmae; universalização do serviço de água e esgoto; tratamento público de todo o esgoto coletado por meio da operação das Estação de Tratamento de Esgoto (ETEs) em toda a capacidade; e a garantia de balneabilidade do Guaíba.
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Luiz Delvair Martins Barros (PCO)
Não apresentava planos voltados para saneamento e meio ambiente. O candidato teve sua disputa indeferida por não apresentar as contas relativas às Eleições 2016, quando concorreu a vereador.
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Montserrat Martins (PV)
Entre as ações para a despoluição do Guaíba, estava a de parcerias com os demais municípios da região metropolitana, incluindo os rios Sinos e Gravataí, além da despoluição do Arroio Dilúvio. Também a implementação da fiscalização de áreas de risco, principalmente áreas de encosta e alagáveis. Citam exemplos como Morro da Glória, Arroio Feijó, Arroio do Salso, Ilhas, Humaitá e Navegantes.
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Rodrigo Maroni (PROS)
No plano de governo citava, entre outras propostas para o meio ambiente, investimentos no Consórcio Intermunicipal de Resíduos Sólidos e Saneamento.
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Valter Nagelstein (PSD)
Entre as propostas, estavam a atualização do planejamento do saneamento básico das populações em situação de vulnerabilidade social, atendendo ao Marco Nacional Sanitário; e investimento no aumento da fiscalização no que concerne ao tratamento de resíduos.
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