Agora, a prioridade é salvar vidas. Mas logo ali à frente serão necessários muitos recursos para a reconstrução de estradas, pontes e prédios - dinheiro que, em parte, ainda não chegou desde setembro ao destino - ou não chegou com a urgência necessária.
Por isso, é importante a vinda ao Rio Grande do Sul do presidente Lula, que errou na tragédia de seis meses atrás ao não visitar o Vale do Taquari. Desta vez, foi mais sensível aos apelos do ministro Paulo Pimenta e do governador Eduardo Leite.
A visita tem efeito simbólico, a presença do chefe da nação no local do desastre mobiliza esforços, atrai a atenção do país para o epicentro da catástrofe. Hoje, o Rio Grande está fraturado emocionalmente e fisicamente - dividido em nacos de terra isolados entre si.
A comitiva de Brasília que desembarcou em Santa Maria é numerosa: além de Pimenta, da Secom, os ministros do Meio Ambiente, Marina Silva; da Casa Civil, Rui Costa; da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes; dos Transportes, Renan Filho; e das Cidades, Jader Filho. E, ainda, os comandantes do Exército e da Aeronáutica, o secretário de Defesa Civil, Wolnei Barreiros, o diretor-executivo do Dnit, Carlos Antônio Rocha de Barros, e o presidente da Conab, o gaúcho Edegar Pretto. A primeira-dama Janja também viajou.
A viagem de Lula também é relevante porque espera-se que, ao ver com os próprios olhos o horror enfrentado pelos gaúchos, o presidente se sensibilize para a liberação de recursos para o RS se reerguer.
Somos um Estado de rios, morros e vales. A maneira como iremos conviver com essa geografia vai determinar, em parte, nosso o futuro. Não adiantará reconstruir rodovias e pontes levadas pelas águas de maio se não houver um trabalho de realocação de populações, cuidado com as encostas e manejo do solo nas áreas ribeirinhas.