Ao falar diante de representantes de mais de 140 organizações da sociedade civil brasileira, no sábado (2), na arena Action Lab Al Shaheen, durante a COP28, em Dubai, o presidente Lula disse que "descobriu" que o Pampa é um bioma.
— Pela primeira vez, eu fiz com a Marina uma reunião sobre os biomas nossos. Descobri até que o Pampa é um bioma, eu nunca tinha tratado o Pampa como bioma. Mas lá tinha um gaúcho que falou que o Pampa era um bioma. Então nós fizemos uma reunião porque daqui pra frente a gente se preocupa muito... A gente se preocupa muito com a Amazônia, a gente se preocupa muito com a Mata Atlântica, mas a gente tem que se preocupar com o Pantanal, com a Caatinga, com o Cerrado e com o Pampa — disse.
Na sequência, ele reconheceu:
— Essas coisas vão acontecendo na medida em que a gente vai aprendendo, na medida em que vocês vão trazendo essas questões, na medida em que vocês vão reivindicando e na medida em que a gente vai criando condições para fazer.
O presidente comentava sobre o programa do governo federal lançado em novembro, cuja intenção é recuperar 40 milhões de hectares de terras degradadas.
— Para você plantar o que você quiser, para você criar o que você quiser sem precisar derrubar uma única árvore da Amazônia ou de qualquer outro bioma.
As organizações da sociedade civil brasileira se reuniram, por cerca de duas horas, com as ministras Marina Silva e Sônia Guajajara e o governador do Pará Helder Barbalho. Lula apareceu no final.
No Brasil, o bioma Pampa só existe no Rio Grande do Sul. Está presente em 68% do território gaúcho. A questão do Pampa tem aparecido em manifestações do governo gaúcho na COP28. Na sexta-feira (1º), o vice-governador Gabriel Souza e a secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, anunciaram que o Estado passou a coordenar o bioma Pampa no consórcio Brasil Verde - Governadores pelo Clima, grupo integrado pelos Executivos estaduais formado durante a COP26, em Glasgow (Escócia), em 2021.