Os primeiros resultados das eleições de meio de mandato (as midterms), nos Estados Unidos, indicam que o Partido Republicano, do ex-presidente Donald Trump, irá conquistar a maioria na Câmara dos Deputados, mas não deve ocorrer aquela "onda vermelha" que se esperava. Em outras palavras, o Partido Democrata, do atual presidente, Joe Biden, deve conter a avalanche da oposição.
O voto nos Estados Unidos é impresso, logo a apuração é demorada. Os resultados consolidados devem sair ao longo desta quarta-feira (9).
Na Câmara dos Deputados, o número mágico é 218 cadeiras para conquistar a maioria na Casa. Hoje, os democratas têm 220 assentos, contra 212 dos republicanos. Pela apuração até agora, a oposição (republicanos) tem 199 - faltam 19 para chegarem à maioria. Os democratas conquistaram até agora 172 - faltariam 46 assentos para a maioria.
Ou seja, os republicanos devem levar a Câmara, mas não com tanta folga quanto se imaginava. Os democratas conseguiram manter assentos importantes, onde tudo indicava que perderiam, em Estados como Virgínia, Rhode Island e New Hampshire).
No Senado, onde o partido de Biden tem maioria e esperava-se uma virada de jogo, os democratas ainda têm chances de segurar os republicanos. A apuração indica 48 assentos para cada lado. Se houver empate, segue a presidente da Casa e vice-presidente do país, Kamala Harris, com direito de voto de minerva - logo, democratas seguiriam com a maioria, ainda que frágil.
O impacto direto desse cenário é que o governo Biden não ficará completamente amarrado em sua agenda, o que ocorreria se os republicanos dominassem as duas casas. Segundo: a vitória contida da oposição é uma derrota para Trump, que esperava um tsunami de votos para anunciar sua candidatura à presidência na eleição de 2024. Ele deve fazer um anúncio na semana que vem.
Há curiosidades importantes na eleição que renova toda a Câmara, um terço do Senado e elege 36 governadores.
Na Flórida, o polêmico governador Ron de Santis, um dos mais próximos aliados de Trump, foi reeleito. Ele consolida seu nome para disputar as prévias com o ex-presidente na disputa interna do partido para a Casa Branca.
No mesmo Estado, um deputado muito jovem, de 25 anos, chamado Maxwell Alejandro Frost foi eleito.
No Arkansas, Sarah Huckabee, ex-secretária de Imprensa de Trump, foi eleita governadora. Ela é filha de Mike Huckabee, que governou o Estado por 10 anos.
Em Massachusetts, os eleitores escolheram a primeira mulher abertamente lésbica como governadora: Maura Healey, democrata. Aliás, essa eleição foi um marco na diversidade. Todos os 50 Estados americanos e Washington DC tiveram candidatos LGBT+. Ao todo, 678 políticos.