Independentemente de quem ganhar o segundo turno da eleição de domingo (30), no Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou Jair Bolsonaro (PL), o presidente russo, Vladimir Putin, acredita que receberá apoio em sua guerra contra a Ucrânia.
A declaração foi dada durante evento de um think tank (centro de estudos) chamado Valdai, que ocorre a cerca de 50 quilômetros de Moscou e reúne pesquisadores, empresários e políticos russos.
— Sabemos que eles (Lula e Bolsonaro) têm consenso em relação à Rússia, apesar de situações difíceis dentro do país. Não interferimos em processos políticos internos.
E ele está certo. Bolsonaro, que tem aproximação ideológica com Putin, visitou o líder russo, já isolado internacionalmente por conta das ações que tomava para a anunciada invasão, visitou o Kremlin, dias antes do início do conflito. O gesto foi visto como solidariedade, no momento em que a Rússia sofria pressão internacional pela ameaça que exercia sobre a Ucrânia e pela decisão atacar. Bolsonaro também é encarado como próximo de Donald Trump, que tinha uma posição mais favorável ao regime russo do que o democrata Joe Biden.
Já Lula não é visto como de todo ruim, pelo olhar do Kremlin. Afinal, foram nos anos do PT que foi formado o Brics, grupo de países integrado por, além de Rússia e Brasil, Índia, China e África do Sul. Além disso, o ex-presidente já afirmou, em fóruns internacionais, que o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, seria tão culpado pela guerra quanto Putin.