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O médico gaúcho Victor Sorrentino, detido no Egito desde o dia 30 de maio, foi libertado e deixou o país na madrugada deste domingo (6). A informação foi confirmada por fontes da coluna.
A libertação só foi possível depois que as negociações saíram da esfera da diplomacia, da polícia e da Justiça e entraram em "altíssimo nível", segundo fontes.
A rapidez da operação surpreende, uma vez que, por decisão do Ministério Público do Egito, Sorrentino ainda teria de enfrentar uma nova audiência, em duas semanas. A promotoria egípcia não informou oficialmente sobre sua liberação. Enquanto o caso corria na esfera judicial egípcia, na mais recente audiência, realizada na quarta-feira (2), ficou explícita a possibilidade de uma conciliação entre Sorrentino e a vítima. Porém, segundo fontes da coluna o fato de haver o entendimento de que ele teria ofendido também a sociedade islâmica acabou complicando a situação do brasileiro.
Desde a audiência de quarta-feira (2), houve dois pedidos de desculpas publicados abertamente. Um deles, na quinta-feira (3), foi por meio de carta da família Sorrentino, escrita em inglês e em árabe.
O segundo pedido de desculpas foi por meio de um vídeo, no qual Sorrentino aparece com a mulher alvo das palavras de duplo sentido do médico. Na gravação, mediada por um intérprete, Sorrentino aparece ao lado dela. Em português, ele pede desculpas "por ter errado em gravar um vídeo sem autorização" e "por ter falado palavras feias". Em árabe, a vendedora responde:
"Como represento as mulheres egípcias e o povo egípcio, e somos um povo hospitaleiro e carinhoso que recebemos todos os visitantes de todas as partes do mundo, é suficiente para mim que ele peça desculpas, vou aceitar suas desculpas."
A família de Sorrentino confirmou que o médico já está no Brasil.
Em nota, a assessora de imprensa do médico informou neste domingo: "Comunicamos que o cidadão e médico, Victor Sorrentino, está de volta ao Brasil, após prestar todos os esclarecimentos solicitados e ser liberado pelas Autoridades Egípcias. A prioridade é o reencontro com a família e, oportunamente, vai se manifestar publicamente sobre o ocorrido. A Família Sorrentino agradece a todos que torceram e que, de alguma forma, tiveram participação para que este desfecho ocorresse o mais rapidamente possível".
Em contato com a coluna, a assessora Liliane Santos informou que, para a liberação, não foi necessário pagamento de multa uma vez que "a muçulmana reconheceu que foi uma brincadeira de mau gosto e aceitou as desculpas dele". Ela acrescentou que o médico "não teve nenhuma penalidade, não assinou nenhum termo e não foi punido de nenhuma forma pelas autoridades de lá".