Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Rússia, Vladimir Putin, se reúnem nesta quarta-feira (16) em Genebra, na Suíça, no momento mais tenso das relações entre os dois países desde a Guerra Fria.
O democrata mostrou, desde sua eleição, grande firmeza contra o russo, o que provocou comentários ofensivos que deram muito o que falar. Biden tem tentado marcar posição oposta a de seu antecessor, Donald Trump, que por anos tentou se mostrar amigável em relação a Putin, com algum grau de admiração. A recíproca nem sempre foi verdadeira. A coluna separou cinco temas ásperos para a reunião de hoje.
1 Suspeitas de interferência russa e hackers
Suspeitas de interferência russa nas eleições americanas são algo que a inteligência dos EUA ainda não engoliu. Tanto em 2016 quanto em 2020, há denúncias de ataques hackers cuja procedência nunca ficou completamente comprovada como sendo a mando do Kremlin. Em 15 de abril, Biden assinou sanções contra a Rússia “se continuar interferindo na democracia americana”, uma referência ao gigantesco ciberataque de 2020 contra órgãos de governo.
2 Direitos humanos e liberdades políticas
Outros temas duros. A Casa Branca sob Biden impôs outras sanções econômicas à Rússia, depois do envenenamento do líder
da oposição Alexei Navalny.
As suspeitas recaem sobre o governo Putin. Navalny, ao voltar para a Rússia, foi preso ainda no aeroporto.
3 Sem gentilezas
Em uma entrevista televisiva, Biden provocou a primeira crise diplomática de seu mandato.
– Você acha que (Putin) é um assassino? – perguntou o jornalista, durante entrevista.
– Sim, eu acho – respondeu Biden.
4 Áreas estratégicas
O Leste Europeu e o Oriente Médio são dois pontos de fricção entre os EUA e a Rússia. Putin ocupou e anexou a Crimeia, território da Ucrânia, se aproximou da Turquia, país que pertence à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan, liderada pelos americanos) e sustentou no poder dois ditadores, Alexsandr Lukashenko em Belarus e Bashar al-Assad na Síria.
5 Armas nucleares
No campo militar, a Rússia tem feito demonstrações de força no Ártico, novo campo de batalha geoestratégico. A questão dos arsenais nucleares também está sobre a mesa. Logo que assumiu, Biden estendeu por cinco anos o acordo Novo Start (sigla em inglês para Tratado de Redução de Armas Estratégicas), o último controle de armas atômicas em vigência no mundo. Sob Trump, os EUA queriam que a China fosse incluída, algo que foi negado por Pequim e Moscou. O acordo limita em 1.550 ogivas nucleares operacionais e de 800 meios de lançamento.