Do Extremo Oriente à Europa Central, três notícias no fim de semana jogam um balde de água fria no otimismo de quem observa países que já viveram o pico da pandemia como uma luneta para futuro do que virá no Brasil, que vive curva ascendente de contágios e mortes por coronavírus.
Após mais de um mês, a cidade de Wuhan, onde o coronavírus nasceu, voltou a registrar um caso - o primeiro caso após mais de um mês. Trata-se de um homem que está em situação crítica. O registro põe em teste os limites da estratégia chinesa de contenção da doença, que envolveu o fechamento total de Wuhan, epicentro dos casos. O que pode estar ocorrendo é a entrada do vírus por outras cidades, como Xangai e Pequim, onde as medidas de restrição foram menos intensas.
Exemplo de combate à covid-19, a Coreia do Sul também sofreu um revés. A prefeitura de Seul foi obrigada a fechar todos os bares e clubes no sábado (9) diante de um novo e evidente aumento dos casos. O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, foi o líder que melhor resumiu o abre e fecha a que provavelmente viveremos até que se tenha um tratamento eficiente ou uma vacina.
- Isso não vai terminar até que realmente chegue ao fim - disse Moon.
Na Alemanha, o relaxamento das regras de distanciamento social fez com que a transmissão do coronavírus se acelerasse desde 20 de abril.
O alerta feito pelo Instituto Koch evidencia a necessidade de um monitoramento rigoroso, principalmente na semana em que a Europa terá cinco novas nações saindo do confinamento - França, Letônia, Finlândia, Estônia e Romênia. A partir desta segunda-feira (11) serão 28 países se abrindo. Como cada governo elaborou um plano de combate ao coronavírus por conta própria - alguns se fechando mais, outros menos, sem uma orientação de cima para baixo estipulada pela União Europeia - a saída da quarentena será um desafio importante para não colocar a perder avanços obtidos até agora. O fantasma de uma segunda onda paira sobre a Ásia e a Europa.