Natural de Ipatinga, Minas Gerais, Luiz Fernando Silva Passos, 43 anos, vive em Samarinda, cidade da Indonésia separada pelo Estreito de Macaçar de Palu, devastada pelo terremoto de 7,5 graus na escala Richter, que produziu mais de mil mortos.
Preparador de goleiros do Bornéu FC, equipe da primeira divisão do futebol do país, Luizinho, como é conhecido, contou à coluna como está o trabalho de resgate e o clima de apreensão no país. Nesta terça-feira, a região voltou a ser sacudida por uma réplica do primeiro tremor. No Brasil, o preparador de goleiros teve passagens pelo Guarani de Campinas, Marilia e Cruzeiro. Leia o relato.
"Estou aqui na Indonésia há dois anos, trabalho no Bornéu FC, time da primeira liga, sou treinador de goleiros da equipe. Esse terremoto, de voo, de Samarinda, que é a minha cidade, até Palu, onde houve o terremoto e o tsunami, cerca de 30 minutos. No dia do terremoto em Palu, foi sentido aqui um tremor aqui em Sanmarinda, 5 graus na escala Richter. No momento, eu estava no treino, no região do estádio. A gente não sentiu. Mas as pessoas que estavam no shopping e nos edifícios sentiram. Não houve mortos ou feridos aqui.
Em Palu, o que está havendo é muito dramático, muitas perdas. Há mais de mil mortos, com probabilidade de aumento. Está muito difícil a situação em Palu devido à dificuldade de fazer chegar ajuda. A região está sem energia, sem meios de comunicação. As pessoas também estão sem ter o que comer em Palu, já estão saqueando supermercados. Lembrando que um mês atrás teve em Lombok um terremoto muito forte, nesta terça-feira também teve em Lombok, 6,3, tremeu a terra de novo. A Indonésia é um país maravilhoso, de belezas naturais maravilhosas. Mas, infelizmente, tem esse problema dos terremotos, que acabam causando também os tsunamis.
O país todo está mobilizado com esse drástico tsunami em Palu. É muito triste, porque perda de vidas... A gente fica muito sentido. A gente quer ajudar e não tem como ajudar. A gente vai pedindo a Deus a proteção a todos nós. Estamos em cima do anel de fogo na Indonésia, um país maravilhoso, mas tem esse problema. Estamos sempre orando para ter proteção divina.
Ano passado, fomos jogar em Padang, e foi minha primeira experiência de sentir um terremoto, 6,4, é uma situação terrível. Foram 30 segundos, parece que foi uma eternidade. As pessoas entram em pânico, a gente entra em pânico. Eu nunca tinha passado por esta experiência."