Desde o fim de semana, está em mares brasileiros a mais nova aquisição da Marinha de guerra. Comprado do Reino Unido a um preço equivalente a R$ 440 milhões, o Porta-Helicópteros Multipropósito Atlântico (PHM Atlântico) consegue abrigar até 17 aeronaves e é o maior navio da esquadra brasileira. É a maior compra da Marinha brasileira desde o porta-aviões São Paulo, que será aposentado.
A bordo da embarcação, que cruzou o Oceano Atlântico, entre o Reino Unido e o Rio de Janeiro pela primeira vez com a bandeira brasileira, o comandante da embarcação, capitão-de-mar-e-guerra Giovani Corrêa, natural de Florianópolis, explicou à coluna a importância da incorporação do navio à armada nacional.
Qual é o sentimento de comandar o principal navio da Marinha do Brasil?
É uma honra e uma grande satisfação pessoal e profissional estar no comando do futuro navio-capitânia da esquadra brasileira.
Em comparação com outras embarcações, quais são as diferenças?
O navio se diferencia por suas dimensões e recursos para a condução de operações navais, aeronavais e de emprego de fuzileiros navais.
Em que aspectos esta embarcação difere das demais da Marinha Brasileira?
O porta-helicópteros Atlântico complementa as capacidades hoje existentes na Marinha para operações com aeronaves embarcadas, operações anfíbias e de ajuda humanitária. As principais diferenças com relação aos outros navios da Marinha são a possibilidade de operar simultaneamente com até sete aeronaves no seu convés de voo, transportar de 500 a 800 fuzileiros navais e projetá-los em terra por movimento helitransportado ou por embarcações de desembarque, além de ser uma plataforma de excelência para comando e controle de uma força-tarefa, com diversos recursos para planejamento de operações, detecção em longas distâncias e acompanhamento automático de contatos. Dispõe, ainda, de variados recursos para emprego em missões humanitárias e operações de paz.
Quais serão os primeiros exercícios com esta embarcação?
O navio passará por um intenso período de adestramento de dois meses, que terá como objetivo complementar os treinamentos realizados no Reino Unido, para que a tripulação esteja apta a operar o navio como parte integrante de uma força-tarefa e com todos os tipos de aeronaves disponíveis na Marinha.
Como foi a primeira viagem, desde que assumiu o comando, cruzando o Atlântico e trazendo o navio para "casa"?
A viagem foi muito tranquila e segura. O navio passou a maior parte do tempo desenvolvendo sua velocidade de cruzeiro entre 15 e 16 nós. Durante a travessia, foram realizados diversos exercícios a bordo para manutenção do treinamento da tripulação e preparação para o primeiro recebimento de helicópteros, ocorrido no dia 22 de agosto, que culminou na homologação do navio para operações aéreas no Dia da Aviação Naval, em 23 de agosto.
Por que é importante para o Brasil adquirir esta nova embarcação neste momento?
A Marinha passa a dispor de um meio com grande capacidade de dissuasão e de controle de extensa área marítima, que contribuirá para a manutenção da segurança do Atlântico Sul e a projeção do Brasil no cenário internacional. A população se beneficia com a proteção das inúmeras riquezas disponíveis na zona econômica exclusiva brasileira, que corresponde a uma área oceânica equivalente à metade do território nacional, bem como das inúmeras atividades marítimas vitais ao desenvolvimento da economia do país.