O presidente americano, Donald Trump, costuma taxar de fake news qualquer informação divulgada pela imprensa profissional, desde que não o agrade ou seja crítica a sua política. Mas um novo estudo corrobora a tese de que o então candidato republicano foi o grande favorecido pelas notícias falsas – ainda que não esteja claro exatamente de onde elas partiram.
A pesquisa da Universidade de Ohio revela que as informações mentirosas provavelmente tiveram um papel determinante na derrota da demcorata, Hillary Clinton. O estudo sugere que 4% dos eleitores de Barack Obama, no pleito de 2012, deixaram de votar em Hillary na eleição de 2016 baseados em notícias falsas.
A pesquisa é coordenada por Richard Gunther, Paul A. Beck e Erik C. Nisbet, que inseriram três afirmações falsas famosas, difundidas durante a campanha de 2016, em um questionário na plataforma YouGov, entre 585 apoiadores de Obama.
Desses antigos eleitores do democrata, 23% não votaram em Hillary – abstiveram-se ou escolheram outro candidato, 10% deles escolheram Trump.
As três histórias falsas eram:
1. Hillary está em más condições de saúde devido a uma grave doença.
2. O papa Francisco apoiou Trump.
3. Hillary aprovou a venda de armas para jihadistas, incluindo o Estado Islâmico.
Resultado: em geral, cerca de um quarto dos eleitores de Obama em 2012 acreditaram em pelo menos uma dessas afirmações falsas. Desse grupo, 45% votou em Hillary. Entre os que não acreditaram em nenhuma dessas notícias falsas, 89% votaram em Hillary.
"Não podemos provar que a crença em notícias falsas fez com que esses ex-eleitores de Obama desertassem do candidato democrata em 2016. Esses dados sugerem, no entanto, que a exposição a notícias falsas teve um impacto significativo nas decisões de voto", dizem os pesquisadores no estudo.