Nice, Berlim, Londres, Estocolmo e, agora, Barcelona. A Espanha havia sido poupada do novo novo modus operandi do terror na Europa: o atropelamento de pedestres em zonas turísticas. Último grande atentado em território espanhol havia sido em 11 de março de 2004, nos trens em Atocha. Ao estilo antigo.
Atropelar pedestres é a nova modalidade do terror. Não desperta suspeitas, o que dificulta a repressão. É sorrateiro na preparação e execução, como qualquer gestação de ato terrorista. Porém, é muito mais barato do que cooptar um extremista em uma cidade europeia, levá-lo para treinamento em campos na Síria ou no Iraque e o seu reenvio a uma capital do continente para a operação de um plano complexo. Era assim que a rede Al-Qaeda e o Estado Islâmico atacavam até então.
Hoje, é muito mais simples e barato cooptar extremistas em potencial pela internet. Basta que alguém se identifique com a causa – seja ela interna ou externa, terrorismo internacional ou doméstico – e, então, passar instruções superficiais sem que o agressor tenha de sair de sua cidade. Aluga-se uma van e coloca-se em campo. Não necessariamente precisa ser um suicida.
Normalmente são dois os objetivos de um terrorista: atingir o maior número possível de pessoas em um único ato. O segundo: espalhar a sensação de medo, de que qualquer um de nós pode ser atingido, passeando pela Europa ou morando lá. Nos dois casos, os terroristas alcançaram sua meta ao mirar as Ramblas de Barcelona.