A se confirmar a hipótese de terrorismo no incidente na arena de Manchester, onde ocorria o show de Ariana Grande, estaremos diante do segundo atentado no Reino Unido em exatamente dois meses. No dia 22 de março, um homem atropelou pedestres sobre a Ponte de Westminster, em Londres, até ser morto perto do parlamento. O ataque seguia a cartilha utilizada por terroristas em Nice e em Berlim: jogar veículos contra cidadãos em locais de grande movimentação. A ofensiva, realizada pelo britânico Khalid Masood, deixou quatro mortos e mais de 40 feridos, e foi reivindicada pelo grupo terrorista autodenominado Estado Islâmico.
A repetição da data, agora 22 de maio, pode ser apenas uma coincidência. Mas dois atentados em intervalo de tempo muito pequeno revela que o Reino Unido, hipoteticamente protegido por sua posição geográfica em relação ao restante da Europa, entrou no mapa do terror em 2017.
No caso de Manchester, o modus operandi volta a ser o de atacar em locais fechados, lotados de gente. Lembra os atentados em Paris, em novembro de 2015, cujo símbolo máximo foi a casa de espetáculos Bataclan, onde 89 pessoas morreram - de um total de 180, com os sete terroristas, contando-se todos os pontos onde houve explosões.
Atacar em locais fechados, ainda mais a arena conhecida por receber shows internacionais, como os do U2, dos Rolling Stones e de Luciano Pavarotti, é muito mais difícil. É preciso furar o aparato de segurança e as revistas no ingresso ao local. Podemos intuir que são também atentados melhor planejados e tendo por trás a marca de uma organização terrorista com know-how, como a Al-Qaeda ou o próprio Estado Islâmico.