– Pá! Pá! Pá!
16h59min em Porto Alegre.
- É tiro! É tiro! Corre!
Ranger de freios. Batida forte. Fumaça.
Vejo e ouço tudo isso escondido atrás de uma parede de concreto do prédio da RBS, na Avenida Erico Verissimo. Mais gritos:
– No chão! No chão!
Tão surpresos quanto eu, pedestres correm. Dois policiais à paisana descem de um carro discreto com fuzis apontados para os suspeitos. Outro veículo, batido, está na contramão. Três suspeitos são algemados. Caras no chão.
Trânsito parado. Dentro dos carros, rostos de pavor de motoristas.
Tudo isso, a 15 passos de onde estou. Em menos de 40 segundos. Cenas da Porto Alegre destes tempos.
Cheguei de viagem do Iraque, um dos países mais perigosos do mundo, há exatos 47 dias. Mas ontem, por alguns instantes, pensei que Bagdá fosse aqui.