O que mais me chamou atenção na vitória do Inter sobre o Brasil-Pel foi a forma rápida como os jogadores colorados conseguiram assimilar a saída de bola desde o goleiro. Não foram poucas as vezes em que Marcelo Lomba foi até a intermediária e saiu jogando com zagueiros e o volante Rodrigo Dourado.
Aliás, Dourado não chega a ser o volante com as características que o treinador quer, mas ele esteve muito bem centralizado enquanto os zagueiros ficavam dos lados. Víctor Cuesta assimilou muito bem e foi o grande destaque do time. O Inter sai jogando, e Cuesta vai até o ataque produzindo boas situações ofensivas.
Lucas Ribeiro repetiu o que faz Zé Gabriel. Mesmo jogando em um gramado de pouca qualidade, o time não deu balão. Ainda existe uma certa lentidão, o que deverá ser superado com o tempo. Esta velocidade que falta deverá pegar os adversários fora do lugar.
Destaque
Também no Bento Freitas pude ver, mais detalhadamente, o lateral-esquerdo Léo Borges. Ele tem algumas virtudes que acho essenciais para quem ocupa esta posição em times com a grandeza do Inter. O cruzamento faz sentido. A maioria dos laterais brasileiros não sabe cruzar.
Ele tem força, tem velocidade. Acho que muito brevemente ele supera Moisés e assume titularidade. Laterais que sabem jogar e fazem bons cruzamentos enobrecem a qualidade do time. O que vi no sábado (27) me leva a pensar que Léo Borges poderá dar está qualidade ao time colorado. Mas ainda quero ver mais. Tomara que ele receba outras oportunidades.
Treinadores
Times da séries A e B só poderão trocar uma vez de treinador ao longo de 38 rodadas do Brasileirão. Técnicos são trocados quando o time não ganha. Quando o time é ruim, ele não consegue vitórias e a cultura brasileira manda dizer que tem que trocar o treinador.
Muitas vezes não adianta, porque ninguém faz milagres. Mas quando o clube entrega ao treinador um time com bons jogadores, ele precisa arrumar taticamente de modo que venham as vitórias. Quero ver como isso funcionará.
Clubes e treinadores se merecem porque esses, quando ganham uma proposta, deixam os dirigentes falando sozinhos. Coudet nos deu um belo exemplo disso no ano passado. Ele foi cuidar do seu interesse, o que eu respeito, como o clube cuida do seu quando o treinador trabalha mal.