O atual presidente do Inter terminará sua gestão dentro de 20 dias. Marcelo Medeiros recebeu o time na Série B e o trouxe de volta para seu lugar, mesmo sem ganhar o título. Disputou muitas competições, foi bem no Brasileirão, na Copa do Brasil. Foi mal em outras, notadamente no Gauchão e nos enfrentamentos com o Grêmio.
Quando se diz que ele encerra sua gestão sem título, no entanto, comete-se um erro e uma injustiça. Foi na sua gestão que o Inter ganhou a Copa São Paulo. Esta é a principal competição no Brasil envolvendo jovens, e com mais de cem times participantes.
Mais do que a faixa, o troféu, a alegria e orgulho dos colorados, está fortemente marcado o retorno do cuidado com as categorias de base do clube, o que foi irresponsavelmente deixado de lado por um bom tempo. Heitor, Peglow, Praxedes, Pedro Henrique, Caio Vidal, Zé Gabriel, Jhonny e outros que ainda não tiveram oportunidade formam um grupo de jogadores que serão reforços importantes e trarão soluções técnicas e financeiras para o clube.
Durante a gestão de Marcelo Medeiros, foram contratados 55 jogadores. Ele não tinha outra saída: eram enormes desafios futebolísticos pela frente, não havia jogadores profissionais que apresentassem o mínimo de qualidade e não encontrou reforços nas categorias de base. Claro que gastou muito e recebeu qualidade discutível.
Este é o grande título que Marcelo deixa como herança para seu sucessor. O próximo presidente colorado já terá cerca de 10 ou 12 jogadores que, a médio prazo, poderão ser titulares do time. Ele não precisará, como fez Medeiros, buscar loucamente reforços, contratando jogadores médios que emprestam muito na folha de pagamentos e pouco no time.
Este título da Copa São Paulo de Futebol Júnior é a certeza de que o clube errou drasticamente quando abandonou o trato com a formação de jogadores. A cultura está retomada dentro do Beira-Rio. Que a próxima direção do clube acrescente mais, formando jogadores, melhorando o time e salvando a condição financeira com a futura venda destes jogadores.