A CBF não desistiu. Ela quer ver a volta do público aos estádios de futebol no Brasil. Inclusive tem data marcada para acontecer: seria nos dias 7 e 8 de novembro, quando começa o segundo turno. Num primeiro momento, com 30% da capacidade dos estádios e, em janeiro, com 50%.
De quinze em quinze dias os dirigentes da CBF farão reunião com os clubes para atualizar o quadro da pandemia nas cidades. Confesso que vejo isto com muita preocupação. Se por um lado a queda de casos e mortes continuam acontecendo, por outro lado é uma queda pequena e não se pode descartar outras ondas importantes.
Não dá para brincar com o coronavírus. Uma coisa é administrar 150 ou 200 pessoas que entram em atividade numa partida sem público. Outra coisa, muito mais perigosa, é colocar 10 mil pessoas ou mais num estádio de futebol. É muito cedo.
Ainda que saiba que o futebol sem público é como comida sem sal, é importante afirmar que é melhor comer comida sem sal do que não comer. Acho esta abertura para o público ainda uma irresponsabilidade. Quem sabe pensamos na volta dos torcedores aos estádios em 2021. Ainda temos muito risco. Arriscar neste momento pode ser trágico.
Flamengo
O time carioca conseguiu chegar no máximo. Neste momento enfrenta confusão com a CBF e os outros clubes da Série A do Brasileirão. Até acho que os cariocas tinham muita razão no pedido de cancelamento do jogo contra o Palmeiras. Foi jogada uma partida, sem necessidade, com muito risco. Data se encontra, saúde se preserva.
É que a prepotência dos flamenguistas irritou a todos. Muitos clubes odiaram a forma como o Flamengo se comportou na relação com a Rede Globo. Eles sabem que dependem da Globo. Até que se tenha uma situação melhor, com parcerias que garantam bom dinheiro, tem que ficar com ela. E a maioria sabe que precisa honrar contratos. E a Globo tem contrato até 2024.