A reunião dos clubes com a CBF determinou que os jogadores ganharão mais 10 dias de repouso. Ainda não há condições de reatar trabalhos, mesmo que as cogitações tratem de treinamentos em pequenos grupos separados, jogos com atletas testados contra a covid-19, sem público nas arquibancadas. Serão 30 dias de inatividade dos jogadores esperando por uma situação melhor para o trabalho.
Acho uma boa solução, mas ele me remete a uma pergunta: e depois? Primeiro: quem garante que daqui a 10 dias recuperaremos as condições de trabalho dos atletas ? Segundo: teremos mais segurança pessoal dos jogadores daqui a escassos 10 dias? As autoridades de saúde nos dizem que o tal pico das enfermidades ainda não chegou. O isolamento social continua recomendado fortemente, ainda que as pessoas queiram e precisam trabalhar. Vejo muitas variáveis nos próximos dias, estou cheio de incertezas, busco alguma coisa definitiva e não encontro, ouço especialistas e suas repostas são vagas.
Neste meio tempo surgem propostas de como realizar o Brasileirão. Os clubes querem as 38 rodadas, porque só elas trarão a certeza de receber o dinheiro da TV. Mas quando poderão começar a jogar? Vejam que faço este texto repleto de interrogações e não tenho resposta para nada. Qualquer afirmação definitiva neste momento é uma leviandade. O que se pode torcer é para que a ciência encontre um medicamento capaz de cura este vírus malvado que atormenta nossas vidas. Vacina não dá para nos entregar esperanças. Elas só virão daqui a dois anos. Não podemos esperar. Por enquanto o que nos resta é aguardar os próximos dias. Não veja nada muito alentador, mas é a decisão dos clubes e da CBF.
Prejuízos
Jogar todas as competições continua sendo fundamental para os clubes porque representa o recebimento integral das verbas de TV. Elas seguem sendo fundamentais para o nosso futebol. Descartar um torneio ou reduzir o número de jogos significam perdas de uma parte importante do faturamento.
Se não tem jogos, a publicidade usada nas camisetas e a publicidade estática nos estádios não se justificam. Mais prejuízo. Tem ainda o pay-per-wiew, outra fonte importante de receita. São estas razões que levam os clubes a pedirem, quase em desespero, pelo reinício dos jogos, mesmo que com portões fechados. A bilheteria dos jogos pouco representa nos orçamentos. Os clubes querem jogar para sobreviver.