Quem já foi para a Cordilheira dos Andes, sabe o que representa a altitude e quais seus efeitos no corpo humano. A falta de ar repentina causa tontura, ânsia de vomito e inchaço nos vasos sanguíneos. O avião aterrissa no Aeroporto Internacional El Alto, cuja altitude é 4,1 mil metros acima do nível do mar. Não são poucos os passageiros que necessitam dos tubos de oxigênio estrategicamente localizados logo à frente.
Para chegar a La Paz, se desce uma estrada que mais parece um caracol. A cidade está encravada num imenso buraco em meio à Cordilheira, que nesta época está repleta de gelo. São 400 metros a menos, mas ainda assim, o ar é escasso, e a dificuldade respiratória é enorme. Para se adaptar nesta cidade, são necessários 20 dias.
Narrar futebol no Hernando Siles é muito difícil. Jogar, então, nem se fala. Por esse motivo, os bolivianos têm sucesso nas alturas e, quando saem de lá, são derrotados com imensa facilidade. É este o ambiente em que o Brasil encara a Bolívia nesta quinta-feira. Menos mal que o jogo serve apenas para cumprir tabela. Pode perder e nada muda. O Brasil está na Copa.