A ideia era homenagear o seu Taliba – esse era o nome dele, com sílaba tônica no "li", sem til na última letra.
Morto há 30 anos, o avô de um dos sócios seria eternizado na fachada do bazar recém-inaugurado na Rua Botafogo, em Porto Alegre. Só que a gráfica errou na confecção da placa, e o letreiro saiu assim: Bazar Talibã Menino Deus.
– Uma semana depois, veio esse horror no Afeganistão. Teve um senhor que entrou aqui dizendo que ia apedrejar a loja – conta Francisco Vieira da Cunha, sócio do bazar, ressaltando que a maioria das pessoas só ficava olhando, incrédula.
Em sua defesa, Francisco lembra que, desde o início, queria batizar o estabelecimento com o nome do bairro: por ele, seria só Bazar Menino Deus. Mas o outro dono, neto do seu Taliba, insistiu no tributo e deu no que deu. Agora, prevenidos, concordaram em retirar o nome do falecido – que certamente compreenderia a situação.
– Engraçado que nunca ninguém pensava em Talibã quando falava do Taliba – observa Francisco.
Finalmente, nesta sexta-feira (20), ficou pronta a nova placa, já instalada no local. E assim foram as duas primeiras semanas do – agora em definitivo – Bazar Menino Deus.