Em meio a tantas opções – mas sem detalhes sobre nenhuma delas –, definir o voto para vereador é uma tarefa cabeluda. Pensando nisso, uma ONG de Porto Alegre passou meses trabalhando em uma ferramenta que agora está no ar: o endereço é vota.org.br.
Em resumo, ali você responde a 30 perguntas com "concordo", "concordo totalmente", "discordo" ou "discordo totalmente". Pode pular até nove, se quiser – eu mesmo pulei duas, sobre assuntos que não domino. São questões sobre saúde, educação, meio ambiente, mobilidade, segurança etc. Essas mesmas perguntas já foram respondidas por cerca de 300 candidatos a vereador de Porto Alegre.
Ou seja: no final do questionário, você acessa a lista dos candidatos que mais concordam com suas posições. O interessante é que, nessa lista, é possível ver todas as respostas de cada um desses candidatos – muitos optaram, inclusive, por acrescentar justificativas às respostas que deram. Dá para entender direitinho como eles pensam.
A designer Elisa Bonotto, que coordena o projeto na ONG Minha Porto Alegre, diz que ela e outras 10 voluntárias – só mulheres se ofereceram para ajudar – entraram em contato com todos os candidatos. São 855.
– Alguns tiveram dificuldade para responder todas as questões. Outros, infelizmente, não tinham um conhecimento mínimo de internet para acessar a plataforma. E houve candidatos que desconfiaram, achando que tínhamos interesses por trás do projeto – conta Elisa.
Segundo ela, todos os que realmente quiseram responder estão na ferramenta. Mas, se algum candidato topar entrar agora, basta acessar o mesmo endereço (vota.org.br) e fazer o cadastro.
A Minha Porto Alegre faz parte da Rede Nossas Cidades, que atua no país inteiro desenvolvendo ações para melhorar a relação dos cidadãos com os lugares onde vivem. Por isso, o projeto Vota Cidade ocorre em outros quatro municípios, de São Paulo a João Pessoa. Elisa diz que a plataforma começou a ser construída em fevereiro, em parceria com o Instituto Federal São Paulo e com o Campinas Front-end, um coletivo de programadores paulistas.
– Nosso objetivo maior é qualificar o voto. É fazer dele uma escolha consciente, e não aleatória. A gente acredita que, assim, também ajudamos a qualificar a democracia – resume Elisa.