Ela se destaca na paisagem e chama a atenção de quem circula na Praça da Alfândega. A cobra-coral gigante, feita pelo artista Carlos Roberto da Silva, 63 anos, é na verdade um galho de jacarandá que desabou durante um temporal.
– Eu vi e pensei: isso é uma cobra, só falta pintar – relembra ele, conhecido como Beto Caricatura devido aos desenhos que faz na praça.
Beto, aliás, já havia adotado informalmente o canteiro que agora recebe a serpente. Antes meio tristonho, de pedra e cimento, o espaço ganhou folhagens e flores em 2013 – algumas plaquinhas também foram instaladas, pedindo ao pessoal que evite jogar lixo ali.
Esse cuidado é quase uma tradição entre os trabalhadores da Praça da Alfândega: uma engraxate fez um jardim no canteirinho que adotou. E é incrível como todos respeitam: não se vê um papel de bala nas áreas adotadas.
– A cobra também ajuda: é como se ela guardasse o lugar – sorri Beto Caricatura, que usou tinta esmalte para dar vida a um pedaço de árvore.
Com Rossana Ruschel