É praticamente um por dia: o eletricista Felipe Hilário Meireles, 50 anos, construiu no pátio de casa mais de 300 abrigos para cachorro em 12 meses – na semana passada, o projeto Casinhas Azuis celebrou seu primeiro aniversário.
Meireles nunca ganhou um tostão com isso. E as casinhas que fabricou estão espalhadas por residências, calçadas e praças do Estado inteiro.
— Estou com mais de 50 pedidos pendentes. Meu sonho é levar o projeto para o Brasil todo.
A história começou por acaso: em Cachoeirinha, onde ele mora, uma professora pediu ajuda para abrigar um cusco que zanzava em volta da escola. Bom de marcenaria, Meireles fez a casinha, instalada até hoje em uma praça, e acabou virando referência para 1,8 mil voluntários gaúchos. São protetores de animais que castram, medicam e encaminham cães de rua para adoção.
— Quem adota já leva a casinha junto — sorri Meireles.
Na sua cidade, Cachoeirinha, a prefeitura apoia a instalação dos abrigos na via pública – e inclusive recolhe sobras de madeira no pátio de Meireles para fazer o descarte adequado. Aliás, em Porto Alegre, as polêmicas casinhas em uma calçada no bairro Jardim do Salso foram produzidas por ele. Desde que o governo da Capital tentou remover as estruturas, em abril, as solicitações por novas casinhas cresceram 40%, segundo Meireles.
— Acho que acabou sensibilizando o pessoal — acredita ele.
Com Rossana Ruschel