Contrariados com a versão de Eduardo Natalicio, que culpou seus franqueados pelo fim da rede de botecos, antigos parceiros dizem que o problema sempre foi o próprio empresário.
– O Boteco Natalicio acabou porque ele parou de trabalhar para manter a marca viva – rebate Tiago Rodrigues, que abriu a primeira das franquias, em 2015, no bairro Jardim Botânico.
Em entrevista à coluna, Eduardo Natalicio havia dito que os franqueados "deixaram de pagar" os royalties de uso da marca – porque, segundo ele, o movimento vinha caindo nos últimos anos. Sem receber sua parte, Eduardo teria parado de fornecer o suporte às franquias, que iam do cardápio ao treinamento da equipe. O empresário também falou da "ganância" de pessoas que "só visaram ao dinheiro".
– Ele sequer tinha a ficha técnica dos pratos. Nunca ofereceu nada previsto no contrato, e eu pagava mensalmente – diz outro antigo franqueado, Henrique Prestes, que tocava a loja da Praça Maurício Cardoso, fechada em 2017. – O cara ainda me obrigava a comprar dele um peito de frango cortado em cubos que custava quatro vezes mais.
Henrique afirma que, por conta disso, parou, sim, de fazer os pagamentos. Já Tiago Rodrigues, da antiga franquia do Jardim Botânico, afirma ter pago tudo até o final, mesmo sem receber suporte algum:
– Me senti muito injustiçado com o que ele disse. O único atraso foi durante a greve dos caminhoneiros e, mesmo assim, acertei depois.
Na tarde desta sexta-feira, após a coluna entrevistar seus antigos parceiros, Eduardo Natalicio ligou. Disse que, na verdade, não foram todos os franqueados que deixaram de lhe pagar.