Espalhados como praga, cerca de 70 caixotões de concreto, esquecidos pela prefeitura há um ano e meio, disputam espaço com pedestres e moradores em Belém Novo, no extremo sul da Capital.
Eles estão por todo canto nas ruas Florêncio Faria, Jorge Mello Guimarães e Eustáquio Inácio de Oliveira: é possível vê-los em pracinhas, esquinas e calçadas – os trambolhos já marcaram presença até na frente de portões de residências.
Trata-se de galerias pluviais que deveriam ter sido instaladas no subsolo da Florêncio Faria, que seria asfaltada. O problema é que, quando as obras começaram, em agosto de 2017, a empreiteira contratada pelo município encontrou encanamentos embaixo da terra: sem espaço para instalar as caixas de concreto, era preciso alterar o projeto. Só que desde lá nada avançou. A rua segue sem asfalto e as galerias nunca foram recolhidas.
– Sobraram de herança para a gente. Elas servem de ponto de tráfico, motel a céu aberto e esconderijo para quem quiser assaltar – conta a dona de casa Iara Oliveira, 50 anos, moradora da região.
Moradores dizem que a ocupação das calçadas pelos caixotes força os pedestres a caminharem no meio da rua. Já os motoristas reclamam do risco que as estruturas oferecem tão rente ao leito das vias.
Procurada, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana informou que “trabalha para achar um local para armazenar as galerias até o início das obras”. Mas, ainda segundo a pasta, não há prazo para qualquer solução.