Depois de dois anos de silêncio e desânimo no Réveillon, Porto Alegre deve ter outra vez a tradicional virada do Gasômetro – e a prefeitura já projeta 200 mil pessoas na nova orla do Guaíba. Começa nesta semana uma série de reuniões com empresas interessadas em patrocinar o evento.
– O tamanho da festa será o tamanho da parceria com a iniciativa privada. Por isso, todo empresário que se sentir apto a participar, por favor, nos procure – pede o secretário municipal da Cultura, Luciano Alabarse.
A ideia é que a programação comece no meio da tarde do dia 31, com shows de bandas de rock, samba, sertanejo e nativismo. Desta vez, o palco será montado no imenso deque da orla, que avança sobre as águas do Guaíba. Também deve voltar ao evento o Recanto Místico, que costumava gerar filas enormes de gente em busca das previsões de tarô e búzios.
– Depois da queima de fogos, à meia-noite, começa o baile de Ano-Novo – prevê o secretário Alabarse, confessando que sentiu tristeza ao ver o Jornal Nacional, no primeiro dia de 2018, porque "parecia que o Brasil terminava em Florianópolis".
Foi o próprio prefeito Marchezan quem decidiu apostar no retorno do Réveillon no Gasômetro. Empolgado com o solavanco de autoestima que a cidade ganhou com a orla, ele tem buscado pessoalmente patrocinadores para viabilizar a festa. Não há quem possa ser contra, pelo contrário: abdicar do evento nos últimos dois anos foi um retrocesso para uma metrópole que, com 1,5 milhão de habitantes, lembrava um cemitério na noite de celebração mais popular do mundo.
Agora, que o porto-alegrense enfim se envaidece com algo – nada nos últimos tempos trouxe tanto entusiasmo, vibração e identidade como a orla –, não é de se duvidar que alguns deixem de ir para a praia e decidam ficar por aqui. Porque a cidade deve ter, sim, o melhor Réveillon da sua história.