Correção: as exigências para liberar os trabalhos de demolição do Ginásio da Brigada Militar, em abril, foram feitas pelo Ministério do Trabalho, e não pelo Ministério Público do Trabalho como informado na nota que a Secretaria da Segurança Pública do Estado enviou à coluna. A informação errada permaneceu publicada entre 10h32min e 15h51min de 12 de outubro. O texto já foi corrigido.
Um mês e meio depois, já liberado da cobertura de eleições, volto à coluna diária de Porto Alegre pensando em retomar alguns assuntos. O primeiro deles: quando é que vão derrubar aquele diabo daquele monstrengo na esquina da Ipiranga com a Silva Só? Fez um aninho, a montanha de entulho.
Desde outubro de 2017, quando um temporal arrancou o telhado do Ginásio da Brigada Militar, o governo estadual já levou uma multa da prefeitura e uma notificação do Conselho de Engenharia: ou terminam de derrubar as paredes, ou isolem do público aquela ruína.
— Depois de fiscalizar e multar, não temos mais o que fazer — diz a engenheira Eliana Bridi, coordenadora de Manutenção Predial da prefeitura. — Eles garantem que não há risco de desabar, mas essa é uma informação verbal. Nunca me entregaram o laudo que pedimos.
Em resposta à coluna, a Secretaria da Segurança Pública do Estado reconhece que "a demolição demorou mais do que imaginávamos" e que "questões alheias a nossa vontade, como as exigências do Ministério do Trabalho, acabaram por prolongar o processo".
As tais exigências são de seis meses atrás, quando o governo contratou uma empresa para demolir a parte mais comprometida da estrutura — mas a Superintendência Regional do Trabalho, na época, decidiu suspender o serviço alegando risco aos trabalhadores. Só que agora, com tudo regularizado, a secretaria garante que nos próximos dias começa a retirada do entulho de dentro do ginásio.
"A previsão é que ainda na próxima semana eles já iniciem a demolição das paredes", diz a nota, reiterando que "não há risco de queda da estrutura, salvo em caso fortuito". Sorte é que atravessamos um ano sem casos fortuitos.
Mas o governo merece um elogio, sejamos justos. Com o Ginásio da Brigada Militar caindo aos pedaços — e servindo de reduto para todo tipo de marginal —, a Escola Estadual Felipe de Oliveira, situada ao lado, vinha penando com a violência.
Ladrões entravam com facilidade no colégio, de onde chegaram a furtar brinquedos, televisão, notebook e aparelhos de som. Mas a Secretaria da Educação contratou seguranças privados só para a escola — e ainda instalou cercas em torno de todo o terreno, além de grades no portão principal.
— Mal dava para circular aqui na frente. Agora os alunos, os pais e os professores vêm e vão tranquilos — diz a diretora Regilane Chiaradia.