Fixar seis placas chamando atenção para a presença de câmeras de vigilância foi a solução encontrada por moradores da Avenida Oswaldo Cruz, em Ipanema, para acabar com os pontos de prostituição na via.
Mas, no último dia 17, a EPTC retirou as placas sem avisar ninguém e o problema voltou. Segundo relatos, pelo menos 10 garotas de programa trabalham ali e algumas usam drogas em público e urinaram e defecam nas calçadas.
– Tínhamos resolvido isso por conta própria, sem nenhuma ajuda do poder público. Agora não sabemos mais o que fazer – diz o dentista e empresário Luciano Lemanski, de 50 anos, proprietário de uma casa geriátrica na rua.
Instaladas desde janeiro do ano passado por membros do grupo Vizinhança Solidária, coletivo que reúne cerca de 20 moradores e discute assuntos como a segurança no bairro. Como a maior parte do movimento ocorre das 9h às 18h, a principal preocupação é com as crianças e adolescentes do Odila Gay da Fonseca, colégio estadual que funciona a cerca de 150 metros da esquina que mais recebe prostitutas.
A ideia de alertar sobre as câmeras, conta Carmen Sílvia Corrêa, de 58 anos, era inibir a aparição dos clientes. Deu certo: o movimento caiu tanto no primeiro ano que, no início de 2018, deixou de existir. Bastou um dia sem placa para que as primeiras garotas reaparecessem, segundo Carmen.
– Eu brigo, expulso da frente da minha casa, finjo que estou filmando os clientes, mas não adianta. Dois minutos depois elas estão de volta – conta a funcionária pública aposentada, moradora de Ipanema há 30 anos.
Na manhã de sexta-feira (24), a coluna esteve no local e, mesmo com a chuva, havia duas mulheres trabalhando – uma delas chegou a sair com um homem de moto.
A EPTC informou que as placas não possuíam autorização da prefeitura e que foram retiradas após denúncias afirmando que elas dificultavam a visão de motoristas na esquina com a Rua Rincão. O material está disponível para retirada dos donos na sede da Gerência de Mobiliário e Sinalização Viária .