
É horrível jogar lixo na rua, agora imagine 10 toneladas. E imagine 10 toneladas 12 vezes. É exatamente o que vinha fazendo em Porto Alegre uma empresa de tele-entulho – dessas que a gente contrata para recolher o resto das obras – nos últimos seis meses.
O certo, claro, seria descartar a caliça em algum aterro autorizado. Mas um caminhão da empresa, sempre entre as 22h e as 2h, aproveitava a escuridão para largar a porcariada no meio da cidade – mais precisamente naquele terreno da orla em frente à Rótula das Cuias, na Edvaldo Pereira Paiva.
Mas um grupo de técnicos do DMLU, da EPTC e da Secretaria do Meio Ambiente acompanhou tudo por meio das câmeras do Centro Integrado de Comando (Ceic). A prefeitura já emitiu uma multa de R$ 70 mil como primeira punição à empresa.
– Foco de lixo é uma praga urbana que precisa ser combatida. Essas pessoas insistem em descartar resíduos de forma irregular apenas para lucrar mais – diz o secretário de Serviços Urbanos, Ramiro Rosário.
Quer dizer, para não gastar dinheiro com um aterro sanitário, o tele-entulho abandonava o lixo em um terreno público, para que a prefeitura – com grana nossa – fizesse a limpeza. Todo mês o município gasta R$ 1,8 milhão com isso: coleta e destinação adequada de resíduos descartados ilegalmente.
A empresa, com sede em Canoas, tem 30 dias para apresentar sua defesa – a prefeitura pede que o nome da firma não seja divulgado por enquanto. Além dos R$ 70 mil por descarte irregular, outra multa ainda será encaminhada por danos ambientais à cidade.
Ao final do processo, a empresa pode perder sua licença de operação. Ou seja, fechar as portas.