Para aliviar a conturbada situação da Rua João Alfredo, epicentro do conflito entre frequentadores e moradores da Cidade Baixa, a prefeitura prepara uma área no centro da Capital para receber quem prefere beber na rua.
– A ideia é oferecer outros espaços, especialmente para quem vem das periferias e da Região Metropolitana. É um pessoal que tem menos dinheiro para entrar em casas noturnas e enfrenta um problema de segurança nos locais onde mora – diz o secretário adjunto de Relações Institucionais, Carlos Siegle.
O governo municipal já abriu conversas com comerciantes do entorno do Largo Glênio Peres e da Praça da Alfândega – zonas praticamente sem residências –, para que os os estabelecimentos permaneçam abertos durante a madrugada. Além de incentivar food trucks na região, a prefeitura quer solicitar à Brigada Militar apoio na segurança da região.
O público que hoje atormenta moradores da João Alfredo, abrindo o porta-malas com música alta e dançando funk a céu aberto, deve ter menos restrições nesse novo polo noturno. Carlos Siegle diz que novas linhas de ônibus já estão em estudo pela EPTC:
– Hoje, as linhas para a Região Metropolitana só começam a operar de manhã. Por isso, boa parte do pessoal passa a madrugada inteira na rua.
Mas ele ressalta que uma série de reuniões com moradores e comerciantes, para ouvir impressões sobre a proposta e possíveis sugestões, ainda será realizada antes da decisão final do governo. Conforme Siegle, "nenhuma mudança cultural como essa pode ser imposta".
A ideia da prefeitura é avisar os frequentadores da João Alfredo sobre a nova opção noturna em uma campanha que começa nas próximas semanas. Durante a ação, servidores vão entregar panfletos e conversar com o público sobre as regras e limitações para se reunir à noite na rua.