Executivos de construtoras conversaram com a coluna para explicar por que, na segunda-feira (26), o leilão do Ginásio da Brigada Militar e da Escola de Bombeiros terminou sem interessados.
O lance inicial, determinado pelo governo do Estado, era de R$ 125,8 milhões. Parte desse dinheiro – R$ 35 milhões – bancaria a construção do novo complexo dos bombeiros no Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete), no Menino Deus.
– Nenhuma empresa de Porto Alegre tem condições de botar todo esse volume de dinheiro em um terreno que, no mínimo por dois anos e meio, ficará parado. É esse o tempo que um empreendimento leva para ser aprovado na prefeitura. Ninguém imobiliza seu capital de giro assim – diz um executivo de uma incorporadora da Capital.
Ele explica que o modelo de venda mais comum, quando os terrenos custam dinheiro demais, é por meio de permutas. Foi o que o ocorreu quando o Zaffari adquiriu uma área do Estado na Avenida Praia de Belas – em troca, a empresa construirá um presídio de 416 vagas. E aquele terreno valia R$ 28 milhões, quase cinco vezes menos do que os dois da Silva Só.
– Se o proprietário precisa do dinheiro vivo, não tem jeito: só baixando bastante o preço – diz outro construtor.
O governo do Estado ainda não divulgou qual será a estratégia para vender os terrenos, mas o comando dos bombeiros segue decidido a erguer as novas estruturas na área do Cete.