Encarada com desconfiança por moradores e frequentadores, a construção da Escola de Bombeiros no terreno do Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete) será tema de uma reunião na tarde desta terça-feira (20) na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. O receio é de que o Cete — um dos espaços mais tradicionais da cidade para praticar esportes a céu aberto — tenha seu acesso restringido ao público.
— Nada contra os bombeiros, uma instituição respeitada, mas, com o tempo, o controle deles sobre a área vai dificultar a utilização pela comunidade — acredita José Paulo Barros, presidente da Associação de Moradores e Amigos do Menino Deus.
Anfitrião do encontro, o vereador Cassiá Carpes (PP) ressalta por que os frequentadores devem ser ouvidos:
— Se o comando da área passar integralmente para os bombeiros, eles vão controlar quem entra e quem sai. E isso pode se tornar um problema com o tempo.
O coronel Everton Oltramari, secretário estadual adjunto da Segurança Pública, afirma que a administração do Cete continuará a cargo da Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte.
— Para o público, não muda nada. Apenas 10% do terreno, em uma área hoje desocupada, será usada para a construção dos dois prédios — assegura o coronel.
Segundo ele, o secretário Victor Hugo, responsável pelo Cete, exigiu a assinatura de um documento pelo comando dos bombeiros garantindo que nenhuma prática esportiva da comunidade será afetada.
— Os bombeiros passarão a responder pela segurança da área, então a ideia é que as pessoas se sintam até mais seguras à noite — diz Oltramari.
Hoje, a Escola de Bombeiros — assim como o comando da corporação — está localizada atrás do Ginásio da Brigada Militar, na Rua Silva Só. Após a venda dos terrenos, o comprador bancará as novas construções.
