Ao longo do ano inteiro, os vereadores de Porto Alegre gastaram juntos R$ 1.857.966,27 com verba de gabinete – que é uma cota mensal para pagar combustível, telefone, material de escritório, hospedagem, passagens, impressões e outras despesas do mandato. Todos os dados estão disponíveis no Portal Transparência da Câmara Municipal.
Entre os 36 vereadores que terminaram o ano como titulares, Ricardo Gomes (PP) foi o mais econômico: gastou R$ 2.076,67. Mas ele assumiu o mandato apenas em setembro, após atravessar boa parte do ano como secretário de Marchezan. Ainda assim, nesses quatro meses, Gomes foi o vereador com a menor média mensal de gastos:
– Meus deslocamentos, assim como os dos meus assessores, são feitos por aplicativo e são pagos por mim. Também decidi não usar o celular da Câmara. E toda a nossa comunicação é digital, o que evita gastos com impressão e papel.
Vale lembrar que Ricardo Gomes, assim como Felipe Camozzato (Novo) – este último usou em 12 meses apenas R$ 7.449,81 da verba de gabinete –, têm um perfil de eleitor que lhes permite gastar menos.
– A austeridade é uma bandeira nossa, sem dúvida. Mas minha atuação, de fato, não se dá tanto nas periferias, portanto gasto muito pouco com combustível. Como o nosso eleitor é muito digital, não uso correspondência e presto contas por e-mail – diz Camozzato.
Na rabeira do ranking está o vereador Márcio Bins Ely (PDT), que gastou R$ 117.858,49 – quase 16 vezes mais que Camozzato. A coluna tentou contato com Bins Ely a partir de sexta-feira (22), mas até esta segunda (25) ele não havia respondido porque, conforme sua assessoria, estava em viagem. O segundo que mais gastou foi Mauro Zacher (PDT), com R$ 93.859,24.
– Cada vereador tem uma cota anual de R$ 191 mil, portanto gastei menos de 50%. E boa parte dos meus gastos ocorre porque muitos eleitores estão em regiões mais afastadas da cidade e ainda não têm tanta presença na internet. Preciso dos Correios para prestar contas, preciso me deslocar para visitá-los – justifica Zacher.
Veja a lista completa:
1) Ricardo Gomes* (PP) - R$ 2.076,67
2) Felipe Camozzato (Novo) - R$ 7.449,81
3) Marcelo Sgarbossa (PT) - R$ 14.310,75
4) João Bosco Vaz (PDT) - R$ 15.820,57
5) Wambert Di Lorenzo (Pros) - R$ 28.264,59
6) Mônica Leal (PP) - R$ 28.985,23
7) Professor Alex Fraga (PSOL) - R$ 32.011,64
8) Fernanda Melchionna (PSOL) - R$ 33.212,00
9) Aldacir Oliboni (PT) - R$ 36.863,68
10) Cassiá Carpes (PP) - R$ 39.867,90
11) André Carús (PMDB) - R$ 40.532,52
12) Mauro Pinheiro (Rede) - R$ 40.532,72
13) Pablo Mendes Ribeiro (PMDB) - R$ 40.973,87
14) Paulinho Motorista (PSB) - R$ 41.603,09
15) Paulo Brum (PTB) - R$ 43.141,40
16) Roberto Robaina (PSOL) - R$ 45.014,67
17) Alvoni Medina (PRB) - R$ 45.224,86
18) Airto Ferronato (PSB) - R$ 46.580,42
19) Comandante Nádia (PMDB) - R$ 47.455,76
20) João Carlos Nedel (PP) - R$ 49.446,53
21) Valter Nagelstein (PMDB) - R$ 52.022,38
22) Tarciso Flecha Negra (PSD) - R$ 53.399,45
23) José Freitas (PRB) - R$ 53.897,69
24) Cassio Trogildo (PTB) - R$ 55.329,99
25) Rodrigo Maroni (Podemos) - R$ 58.130,64
26) Humberto Goulart (PTB) - R$ 64.569,05
27) Luciano Marcantônio (PTB) - R$ 64.703,75
28) Sofia Cavedon (PT) - R$ 67.826,89
29) Moisés Barboza (PSDB) - R$ 69.139,96
30) Thiago Duarte (DEM) - R$ 71.267,86
31) Adeli Sell (PT) - R$ 73.737,90
32) Clàudio Janta (SD) - R$ 81.611,08
33) Reginaldo Pujol (DEM) - R$ 86.383,67
34) Idenir Cecchim (PMDB) - R$ 91.840,38
35) Mauro Zacher (PDT) - R$ 93.859,24
36) Márcio Bins Ely (PDT) - R$ 117.858,49
*Assumiu o mandato em setembro.